Política

Médico diz que conselheiro do TCE faz ‘terror’ para baratear terras

Divulgação TCE-MT

O médico otorrinolaringologista Alonso Alves Filho disse que as acusações do conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Antônio Joaquim Moraes, é uma tentativa de manipulação para baratear terras. O médico se referiu as denúncias que o conselheiro prestou durante uma coletiva de imprensa na sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TCE-MT), na manhã desta segunda-feira (14). A confusão teria iniciado quando o médico teria oferecido as terras à venda para o conselheiro em 2007, transação que não seconcretizou. 

Na coletiva de imprensa, Antônio Joaquim, disse que por conta de acusações caluniosas supostamente prestadas por Alonso, seus advogados entraram com o pedido de inquérito policial, pediu também à justiça, uma medida protetiva para que o médico não chegue perto dele por 500 metros. Além disso, requereu ao Ministério Público Estadual (MPE) para investigar o caso.

Versão negada

Todavia em entrevista exclusiva ao jornal Circuito Mato Grosso, o médico negou essas informações e disse ainda que o conselheiro está usando sua influência política para pressionar, ameaçar e invadir a propriedade de seu pai – um senhor de 85 anos. “Esta é uma articulação de verdadeiro terror, que ele está fazendo com os fazendeiros da região, para que ele compre as terras por um valor menor. Ou pior ainda, ganhar as terrar por meio de grilagem, pressão e manobras jurídicas”, explicou Alonso Filho.

O otorrinolaringologista comentou que nunca ofereceu suas terras para o conselheiro do TCE. “Meu pai têm essas terras há mais de 50 anos. O desejo dele é morrer naquele lugar e por conta dessa briga ele teve até um AVC. Quando fiquei sabendo sai de casa correndo, às 4 da manhã, isso virou um inferno par amim e para minha familia! Eu já não mais o que fazer. Ele (Antônio Joaquim) está usando sua influência pública com juízes, políticos e membros do MP para conseguir as decisões favoráveis a sua empreitada de me tomar as terras”, alegou Alonso.

Motivo da disputa

A disputa se agravou há três anos quando Antônio Joaquim comprou as terras vizinhas de Alonso. Na ocasião, segundo o conselheiro, o médico teria negado passagem do seu gado por entre suas terras. O Conselheiro entrou na justiça e ganhou a estrada para atravessar com seus bois por entre a terra de Alonso. Na coletiva, Joaquim disse que o médico passou então a trancar a porteira por onde a estrada atravessava – versão negada pelo médico. “Os fatos desencadeadores da atual situação foram iniciados com uma negociação de compra e venda onde o Sr. Alonso Filho, colocava a venda a sua área e a de seu pai, e que depois de acordar um preço voltou atrás e duplicou esse valor, a partir daí tentou fechar uma estrada de servidão, o que obrigou-me a ingressar com ação na cidade de Várzea Grande para sua manutenção”, afirmou o conselheiro. 

O conselheiro disse ainda que o  requerimento firmado na justiça foi necessário pois as denúncias do médico estavam afetando sua imagem pública como do TCE e do cargo de conselheiro. “Nos últimos três anos venho sofrendo uma perseguição implacável. Já ingressei com várias reclamações civis e criminais na Justiça contra o sr. Alonso. Mas a questão já transcendeu à querela pessoal e, inegavelmente, vem abalando a imagem pública, com grave prejuízo institucional”, ponderou.

'Reputação ferida'

Conforme o conselheiro informou à imprensa, o médico teria passado dos limites do bom senso e começou a atacá-lo e a juízes, desembargadores, delegados e autoridades. “Esse senhor Alonso vem tentando construir uma grande farsa, de que eu estaria invadindo a sua propriedade e que seria uma pessoa truculenta. Mas tenho feito questão de sempre procurar a Justiça e garantir meus direitos contra uma pessoa que deixa evidente não respeitar ninguém e que mente de forma escancarada,” disse o conselheiro.

Por fim Antônio explicou que o fato está compromendo sua figura ública como futuro presidente do TCE. “Daqui a alguns meses, assumo a presidência do Tribunal de Contas e isso afeta minhas condições de trabalho, minha reputação, minha isenção em julgar. Enfim, cria-se uma imagem de que sou uma pessoa sem condições para atuar. Entrou na questão funcional”, afirmou. Por isso, o conselheiro pediu ajuda ao procurador-geral, Paulo Prado,para resolver o problema.

Ulisses Lalio

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