Política

Médico confirma pagamento de propina de R$2,5 mi a Chico Lima

Foto Ahmad Jarrah

Por Cintia Borges/ Valquiria Castil

A juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, dá continuidade às audiências de instrução e julgamento da Operação Seven, nesta quinta-feira (29).

O primeiro a depor foi o ex-secretário adjunto na extinta Secretaria de Administração (SAD)  José de Jesus Nunes Cordeiro. Ele é acusado de assinar o parecer técnico atestando a legalidade para a compra do terreno de R$7 milhões no Lago de Manso.

Ainda depõe nesta quinta-feira o médico e proprietário do terreno Filinto Correa da Costa e o ex-servidor da Secretaria de Meio Ambiente, Francisval Akerley da Costa.

Na sexta-feira (30), deve depor o ex-secretário de Planejamento de Mato Grosso, Arnaldo Alves de Souza Netotil e o ex-governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB).

A Operação Seven apura esquema de desvio de R$7 milhões para compra de um terreno pelo Estado na região do Lago do Manso. De acordo com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que deflagrou a operação em 2015, o esquema teve o intuito de autorizar o Intermat a comprar uma área rural de 727 hectares, imóvel que integra o ‘Parque Estadual das Águas do Cuiabá’, que já pertenceria ao Estado e foi adquirida novamente de Filinto Corrêa, com preço superfaturado de R$4 milhões.

Acompanhe

14h15: Cordeiro afirma nunca ter recebido nenhum tipo de vantagem no esquema da compra do terreno. "Nunca recebi um centavo ou benefício". 

14h30: O ex-secretário diz que seu papel foi apenas fazer um parecer de avaliação do terreno, e optou pelo menor preço. Quando indagado pela juíza se compareceu a área, ele nega.             

14h40: Cordeiro diz não saber do envolvimento de nenhum dos apontados pelo esquema, como Silval Barbosa e Pedro Nadaf. 

14h50: Ele ainda afirma que quem pediu para ele fazer a manifestação foi o Wilson Taques. “Agora, se ele tem envolvimento e se tinha algum outro interesse, não sei. O interesse que ele me passou é que era interesse da Sema” 

14h56: A juíza Selma abre espaço para perguntas do Ministério Público Estadual (MPE) representado na audiência pelo promotor de Justiça Marcos Bulhões. O promotor alega que houve falta de precisão dos dados técnicos por parte da Intermat, e pergunta a Cordeiro o porquê ele, ao receber o documento, se não teve curiosidade de perguntar ao instituto sobre a falta de avaliação.
“Eu não recebi nenhuma proposta, e nenhuma vantagem indevida para fazer o parecer”  

15h:“O seu Wilson falou para mim: ‘esse processo é importante para Sema’. Isso aconteceu na minha sala. Eu não vejo problema no que o senhor Wilson fez. Eu realmente fiz um parecer”. E afirma que não vê problema no processo do parecer. O depoimento é encerrado

15h05: O médico e proprietário do terreno Filinto Corrêa da Costa inicia o depoimento. Ele nega que houve compra em duplicidade da terra

15h20: Filinto afirma que não houve superfaturamento na venda do terreno. “EM 2002, eu vendi [o terreno] muito barato. Uma porque eu precisava. Outro por que o valor da terra não tinha procura, e na época, não havia a tecnologia para plantar soja ali”.

15h30: “O erro que cometi foi ter entregue os R$2,5 milhões para o doutor Francisco Lima, meu cunhado, que disse que o pessoal do governo queria, e estava exigido. Eu não tive saída”. Segundo o médico, ele não teria a necessidade de vender a área duas vezes, pois tem mais terrenos para venda. E só protocolou a carta na Sema, por medo de perder a área.

15h40: Filinto conta que dividiu em duas partes o pagamento para o Chico Lima,  pago em várias folhas cheques. “R$1,250 milhão no primeiro pagamento, e R$1,250 no segundo”, disse. Posteriormente, afirma que a divisão do valor em vários cheques foi um pedido de Chico Lima.

16h15: Filinto afirma que Chico Lima não propôs nenhum acordo para ele. E nega que tenha faturado R$3,5 milhões, como afirmou Pedro Nadaf em seu depoimento nesta quarta-feira (28). Juiz encerra depoimento

17h: O servidor da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e engenheiro agrõnomo, Francisval Akerley, nega o envolvimento na venda do terreno. Ele  explica que foi passado um processo pra ele analisar, de interesse da Sema, e, após avaliar o processo, o passou pra frente. Ele conta ainda que não houve pedido para que agilizar o processo. O servidor ainda afirma ter consciência limpa.

17h20: Francisval diz que mentiu em se primeiro depoimento prestado aos promotores do MPE, pois foi pressionado. "Algumas coisas no depoimento estão meio equivocadas devido a pressão que sofremos ali".

Ele avalia que o hectare naquela região varia de R$ 800  a R$ 1,2 mil. "Falei pro secretario, que as terra perdem o valor, ninguém quer trabalha perto de um parque fiscalizado e monitorado". O servidor diz ter informado esse valor a Wilson Taques.

17h30: Ministério público faz perguntas técnicas para o servidor.

(Atualizações em instantes)

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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