O médico explicou que o organismo funciona melhor em determinada faixa de temperatura. “Se estiver muito frio ou muito quente, o corpo sofre as consequências da variação. O corpo vai perder ou absorver calor, para manter a temperatura interna, que é 36,5 graus”, disse.
No caso dos jogadores de futebol que fazem exercícios extenuantes no calor, Krymchantowski explicou que, ao mesmo tempo, eles têm que perder calor, ou seja, têm que perder líquido para poder trabalhar na temperatura de 36,5 graus. O mesmo ocorre com o torcedor que esteja no sol, em uma arquibancada.
Para compensar a temperatura interna, ele vai perder líquido e calor, o que pode gerar mal-estar, desidratação e, até desmaio. O médico advertiu sobre a necessidade de hidratação constante pela ingestão de água pelo torcedor, principalmente aquele que bebe álcool enquanto acompanha os jogos.
“Agora, se tomar um litro ou dois de chope, como muita gente faz, o próprio álcool leva à desidratação. Mesmo porque, quando bebe, você bloqueia a produção de um hormônio antidiurético. Você urina muito, porque o hormônio retém urina. Você perde mais líquido, porque o calor te obriga a isso, e ainda ingere álcool que desidrata as células. Daí a sensação de mal-estar, dor de cabeça e uma funcionalidade pior”.
Caso as pessoas queiram beber durante as partidas, o médico recomenda que o ideal é que a cada copo de cerveja ingerida, o torcedor tome um copo e meio de água. Outra dica é que se estiver exposto ao sol, o torcedor deve molhar a cabeça. “Colocar um chapéu (ou boné) molhado e tomar água o tempo todo”.
Quem sofre de enxaqueca, deve redobrar os cuidados. Segundo o especialista, quando a pessoa tem enxaqueca, a exposição ao calor, ao álcool ou à própria desidratação pode iniciar crises.
De acordo com levantamento feito pelo neurologista no Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça, mais de 70% dos pacientes mostraram que durante o verão pioraram as dores de cabeça e aumentou a frequência de crises de enxaqueca. “Eu percebi que 78% dos pacientes em tratamento têm aumento de frequência de dores nos meses mais quentes do ano”.
Krymchantovski salientou que o torcedor deve evitar beber de estômago vazio ou fazer refeições pesadas quando for assistir aos jogos da Copa. “Porque a digestão se torna mais lenta e mais difícil e, no calor, é pior. A digestão pesada gasta energia. E a pessoa está gastando energia para ficar com a temperatura normal”, recordou.
Agência Brasil