O senador José Medeiros (PSD-MT) disse que o ministro Blairo Maggi (PP-MT) continua “imune” às denúncias que citam seu nome como participante de esquema durante seus anos de mandato em Mato Grosso. Medeiros afirma que o ministro da Agricultura é um “forte candidato” nas eleições do próximo ano, para disputar cargos ao Senado e eventual reeleição ao Palácio Paiaguás.
“Tem algumas pessoas que são meio Teflon [referência à composição química que evita aderência a objetos]. O Lula, por exemplo, só agora começou a enfraquecer depois de muito tempo. E as denúncias que o [ex-governador] Silval Barbosa fez são requentadas para o público de Mato Grosso”, disse ele entrevista à rádio Capital FM.
Para Medeiros, o status político de Maggi ainda o sustenta para disputar reeleição ao cargo de governador de Mato Grosso, caso a hipótese apareça.
“Nem a [operação] Carne Fraca atingiu o Blairo. Ele tem musculatura para disputar, eu ouso dizer, até a reeleição ao governo se ele quisesse”.
Delação premiada
Em acordo de delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) relatou, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), participou da montagem de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) em troca do apoio de parlamentares do Estado.O fato, de acordo com o delator, teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado (2003-2010).
O acordo de colaboração de Barbosa foi assinado há cerca de dois meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e aguarda homologação do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na quarta (2), o magistrado declarou que a colaboração é "monstruosa", mas se recusou a dar detalhes.
Além do ministro do governo Temer, os senadores por Mato Grosso Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR), suplente de Maggi, são alvos da delação. Os dois, de acordo com Barbosa, teriam se beneficiado de recursos ilícitos.
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