A troca de tiros ocorreu entre o policial militar Leandro Almeida de Souza, que disse ter ido ao local para beber água, e o réu. O também PM Danilo César Fernandes Rodrigues, que acompanhava o outro policial, e a funcionária do estabelecimento Karina Fernandes Gomes foram atingidos e não resistiram aos ferimentos. A perícia oficial, entretanto, apontou que as balas que acertaram os dois saíram da pistola que estava com Souza.
A audiência foi realizada na 8ª Vara Criminal de Cuiabá e contou com o depoimento de 10 testemunhas. Ao ser ouvido, Pedroso confessou que entrou na casa de câmbio para roubar porque estava desempregado e precisando de dinheiro, pois a namorada dele estava grávida."Eu me arrependo de tudo que eu fiz. Eu sei que se não tivesse ido lá, essas duas pessoas não teriam morrido. Entrei lá pra ajudar minha família e acabei prejudicando mais", disse.
O réu negou ainda que tenha atirado. "Eu já fui recebido a bala, nem tinha como atirar", disse, mas confirmou a versão de Souza de que sacou a arma que estava consigo. Pedroso disse que desistiu do roubo logo que entrou no estabelecimento, porque tinha percebido algo 'estranho'. "Eu saquei a arma para intimidar o PM e poder sair dali".O réu contou que agiu com um comparsa que usava drogas com ele, e que foi essa pessoa quem o levou até o local do crime em uma moto. A pistola que estava com ele também seria do suposto parceiro, conforme o mecânico. Declarou ainda que achou que os dois policiais que estavam no local eram seguranças, porque não reconheceu a farda da dupla. No ano passado, a cor do uniforme da PM passou de azul petróleo para cinza.
Tiros e fuga
No confronto com o policial, Pedroso foi atingido por dois tiros. Ainda assim, ele fugiu, roubou dois carros nas proximidades da casa de câmbio e, já em Várzea Grande, tomou de assalto uma motocicleta. Depois, deixou a pistola usada nos crimes com dois menores de idade em uma casa da região, onde trocou de roupa.
O réu contou ainda que foi de táxi para casa, na região do CPA, já em Cuiabá, e que de lá foi levado de carro por um amigo até a residência do pai, na comunidade Baú, em Acorizal, a 59 km de Cuiabá, onde foi preso dois dias depois dos crimes.
Crimes e julgamento
Além da tentativa de assalto, Pedroso confessou os roubos dos carros e da moto, e o porte ilegal de arma de uso restrito. Mas, negou o crime de corrupção de menores. "Eu não sabia que eles eram menores de idade", disse em juízo.
Após a audiência, a ação agora segue para as alegações finais das partes. O defensor público Luis Fernando Lopes Navarro, que atua no caso, disse que vai tentar diminuir a pena do réu, caso ele seja condenado, porque entende que os crimes deveriam ser tratados como continuados – ligados entre si – e não de forma individual, como sustenta o Ministério Público do estado.
G1