O tom da conversa entre o governador Pedro Taques (PSDB) e o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM) tem ficado acalorado nas últimas semanas e intensificado com a confirmação do ex-gestor na corrida pelo governo do Estado. Na manhã desta terça-feira (19), Taques rebateu críticas feitas por Mendes e afirmou que o democrata "não tem legitimidade” para criticar ou comparar sua administração.
Em entrevista à rádio Vila Real FM, o governador foi questionado a respeito das comparações da gestão Taques com a do antecessor, Silval Barbosa, que figura como réu em ações penais e cumpre prisão domiciliar. Recentemente, opositores ao governo levantaram que a gestão atual deixaria uma super dívida deixada por Silval. Taques, porém, rebateu que a comparação não é feita pela população, mas pelo candidato da oposição, ao qual acusou de “comungar com a roubalheira”.
“Quem disse isso foi o candidato Mauro Mendes. Se fosse um cidadão comum, você até perdoa. Agora, [para] um empresário do porte dele, ex-prefeito da capital, falar isso é comungar com a robalheira da administração passada. Comunga, gosta, quer a robalheira. Você pode falar o que quiser, Lúcio, agora, eu não concordo com rouba e não faz, não concordo com rouba e faz”, comentou o governador.
Taques também citou a sessão extraordinária realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) nesta segunda-feira (18), que aprovou as contas do Executivo referentes a 2017, mesmo tendo apontado 17 irregularidades e feito 44 recomendações. Quanto a isso, o governador afirmou que só compara as gestões quem “não conhece” de administração.
O chefe do Executivo também fez questão de lembrar que seu opositor possui uma empresa em recuperação judicial, fazendo alfinetadas a respeito da capacidade de gerência do democrata e, por isso, não teria legitimidade para fazer críticas.
“Eu quero dizer que não vim aqui para discutir Mauro Mendes. Na eleição, nós vamos discutir muito as ações de cada um. Agora, um cidadão que está quebrado, que está em recuperação judicial, é uma pessoa jurídica que está quebrada, [mas] a pessoa física é bilionária, que deve proporcionalmente mais que o Estado de Mato Grosso, que tem mais de 800 trabalhadores esperando para receber, não tem a mínima legitimidade para criticar a nossa administração”, disse.
Essa já foi a segunda vez que o governador alfinetou o opositor em entrevista. Na quinta-feira passada (14), Taques também aproveitou a participação em outro programa de rádio para falar de traições políticas protagonizadas por Mauro Mendes e companheiros. Na ocasião, ainda disse que candidatos ao governo “não podem ter medinho”, se referindo ao fato do ex-gestor de Cuiabá não ter se posicionado como pré-candidato, conforme divulgou seu partido naquela semana.
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