O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), negou que sua participação no ato pela anistia dos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023 tenha sido motivada por interesses eleitorais. A manifestação ocorreu no último domingo (16), na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e reuniu diversas lideranças políticas, incluindo parlamentares do estado. Nos bastidores, no entanto, sua presença tem sido interpretada como uma tentativa de consolidar apoio entre os bolsonaristas, base eleitoral forte em Mato Grosso.
“Eu não fui ali para fazer alianças, de falar de cenário. Eu recebi com bastante tranquilidade os elogios que Bolsonaro fez e algumas citações em off lá em alguns momentos, mas eu tenho procurado evitar antecipar o debate eleitoral de 2026”, declarou Mendes, minimizando as especulações sobre uma possível candidatura ao Senado.
Apesar da justificativa, a movimentação do governador gerou críticas de opositores, que o acusam de buscar visibilidade política. Parlamentares contrários a Mendes afirmam que sua participação no evento teve mais a ver com projeção eleitoral do que com qualquer compromisso genuíno com a causa defendida.
Em entrevista, o governador reforçou que não compactua com a invasão ocorrida em 2023 e justificou sua presença no ato como uma defesa da revisão das penalidades impostas aos condenados. “Eu fui porque me senti no dever. Sempre assumo com muita clareza e com tranquilidade as minhas posições de apoiar aquele ato que tem esse objetivo de reposicionar o que está acontecendo em termos de penalização”, argumentou.
A aproximação de Mendes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sendo vista com atenção por analistas políticos, especialmente diante das movimentações para as eleições de 2026. Embora ele negue articulações antecipadas, a presença no evento reforça sua conexão com o eleitorado conservador, o que pode ser estratégico caso decida disputar uma vaga no Senado.