O governador Mauro Mendes (União) criticou a manifestação dos pescadores de uma das 22 colônias existentes em Mato Grosso fecharam a MT-040, que liga Cuiabá a Santo Antônio do Leverger, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (27), contra o projeto que 'Transporte Zero', que proíbe o transporte, o armazenamento e a comercialização do pescado oriundo da pesca dos rios mato-grossenses pelo período de 5 anos.
Segundo ele, impedir o direito de ir e vir das pessoas é inadmissível. “Manifestar é natural. Manifestar bloqueando o direito de outros, isso é inadmissível no Estado de Direito. Se todo mundo que contrariado, quiser bloquear uma rodovia. Isso não pode”, disse nesta terça-feira (27).
Mauro comparou com as manifestações contra a eleição do presidente Lula (PT) após o 2º turno das eleições. “Veja o que já aconteceu no Brasil, e a determinação sempre será, não importa quem seja. Ir lá conversar, dialogar em um primeiro momento, mas se persistir, o Estado não pode tolerar esse tipo de coisa”, afirmou.
Questionado se tais manifestações poderiam atrasar a votação do projeto previsto para essa quarta-feira (28), Mendes disse que isso depende da Assembleia, mas que as decisões têm que ser tomadas para o futuro e não olhando para ‘uns que estão descontentes’.
“Se fosse assim, o Estado estaria quebrado até hoje. Porque todas as medidas importantes que tomamos em 2019 e que levaram a recuperação econômica do Estado, e ter a condição que temos hoje, todas geraram protestos. Então, o administrador, o parlamentar, tem que ter a capacidade e a coragem de analisar todas as medidas e tomar a decisão corajosamente olhando pro presente e futura”, finalizou.
A manifestação contou com a presença de 300 pessoas. Tânia Souza, que é presidente da colônia de pescadores, a manifestação acontece um dia antes da votação do PL justamente para sensibilizar os deputados. "Para que olhem ao povo carente, como vai ficar Santo Antônio? A cidade não tem outra rende, vive exclusivamente da pesca. É um trabalho que passa de pai para filho. Como vai ser sem essa renda extra?".
A comunidade ribeirinha contesta a proposta sob o argumento de que não houve estudos científicos para que o projeto entre o vigor, sem sucesso nas últimas manifestações eles decidiram fechar o trevo que liga a Capital ao município, causando um caos aos motoristas que passam pela rodovia.
O projeto que teve 13 votos a favor e somente 5 contra, entra em vigor em 1° de janeiro de 2024 e durante esse período só será permitido a pesca na modalidade pesque e solte, sob justificativa a fauna dos rios.
O governo irá disponibilizar aos pescadores o pagamento de auxílio financeiro por 3 anos. Sendo um salário mínimo (R$ 1.320) no primeiro ano, R$ 660 no segundo, e R$ 330 no terceiro ano. Não haverá nenhum auxílio do governo nos dois últimos anos.