Mato Grosso é o epicentro da Covid-19 no país e o governador Mauro Mendes (DEM) atribui esse avanço da doença a um erro de gestão no início da pandemia.
Em sua opinião, o problema foi que logo no começo alguns prefeitos "se precipitaram" e decretaram medidas rígidas de prevenção à Covid-19, como o fechamento do comércio. E agora que a situação se agravou eles estão afrouxando as regras sob a justificativa de não prejudicar a economia.
Hoje, segundo Mendes, que também contraiu o vírus e passou 14 dias isolado em casa, existe resistência da população e dos prefeitos para adotar medidas mais severas.
"Quando tivemos o primeiro caso, alguns prefeitos se precipitaram e decretaram paralisação do comércio e isso causou muito transtorno num momento em que não precisava porque tínhamos dois ou três casos, e as UTIs estavam vazias. E agora que nós precisamos de ter realmente um nível de distanciamento maior existe resistência da população e de alguns prefeitos em adotar as medidas adequadas para esse momento", afirmou.
No dia 20 de março, quando Mato Grosso tinha um caso confirmado de Covid-19, Mauro Mendes decretou uma série de medidas para a prevenção e combate ao avanço do coronavírus, entre elas a proibição de passageiros em pé nos ônibus coletivos, evitando a aglomeração, e a suspensão do transporte intermunicipal.
No entanto, cinco dias depois, ele assinou outro decreto flexibilizando as medidas e permitindo o comércio, desde que as normas de segurança fossem seguidas.
Agora, ele afirma que, como governador, não pode ficar fazendo decreto para os municípios e que esse trabalho é de atribuição dos prefeitos, conforme uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), que deu autonomia aos prefeitos.
"Recomendamos que não era o momento de medidas mais restritivas, mas depois o Tribunal de Justiça deu uma decisão para que os prefeitos decidissem. Em Cuiabá, quando tinha um caso, mandou fechar tudo e daí teve efeitos colaterais", disse.
Ele classificou o período de pandemia em Mato Grosso como "momento de guerra". Para ele, cada pessoa para vai ter fazer o seu papel para evitar o avanço rápido da Covid-19, como vem acontecendo.
O número de casos da doença aumentou rapidamente no último mês.
No dia 2 de junho eram 2.817 casos da doença e 75 mortes e, um mês depois, são 18.356 casos e 706 óbitos. Ou seja, o número é 10 vezes maior.