O governador Mauro Mendes (DEM) subiu o tom nesta quarta-feira (13) ao criticar a forma como o Governo Federal tem conduzido o processo de aquisição da vacina contra a Covid-19.
Em entrevista à Rádio CBN Cuiabá, o democrata reclamou que, até o momento, não foi possível ver uma ação concreta a respeito do Plano Nacional de Imunização e criticou, mesmo sem citar nomes, a postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Conforme Mendes, o assunto tem tomado “contornos não muito desejáveis”.
“O Governo Federal já comprou todas as vacinas do [Instituto] Butantan. Mas a gente fica um pouco preocupado, porque a gente percebe em alguns momentos que quer fazer e depois vem com umas falas de que não quer fazer, dizendo que não vai vacinar, que vacina não é obrigatória. É um jogo entre querer fazer e não querer”, criticou.
“Parece que ele não quer fazer a vacina no País. Isso está atrasando um pouco. […] Ontem era para ter tido uma reunião com todos os governadores, representantes do Congresso Nacional, STF [Supremo Tribunal Federal], e foi cancelada, jogaram para a semana que vem. Isso realmente nos preocupa. […] Até agora a gente não conseguiu ver uma compra efetiva, uma resposta clara”, afirmou.
O chefe do Executivo revelou que tentou, inclusive, comprar vacinas do laboratório Pfizer, tendo entrado em contato com o diretor da fabricante, mas recebeu uma resposta negativa, uma vez que a empresa adotou a postura de apenas conversar sobre o tema com os governos federais.
Ainda hoje, segundo Mendes, haverá uma reunião com representantes do Ministério da Saúde para saber se o cronograma já anunciado, de início de distribuição da Coronavac aos estados até o final do mês janeiro, está mantido.
Conforme o governador, Mato Grosso está com a logística pronta para recebimento das doses e distribuição aos 141 municípios. A ordem de vacinação segue o plano nacional, iniciando com os profissionais de saúde, passando por quilombolas, indígenas e idosos e, na sequências, pessoas com comorbidade.
“O desempenho na condução desse tema, a meu ver, não está muito satisfatório. Mas a logística em Mato Grosso está toda preparada. Temos mais de 3 milhões de seringas no estoque e já compramos mais. Já é o suficiente para dar a largada. Já daria para iniciar se tivéssemos a vacina enviada pelo Governo Federal”, afirmou.