O estado de Mato Grosso tem 65% de sua área de 90 milhões de hectares preservada. O dado foi revelado no Meeting Aprosoja – Sustentabilidade realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), pelo chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo de Miranda.
O estudo também revela que os agropecuaristas preservaram 34% deste total. De acordo com a Embrapa, o Estado é o que tem a maior área verde preservada se comparada a qualquer outro país com mais de dois milhões de quilômetros quadrados.
"Só perde para o próprio Brasil por causa da Amazônia. E é um desafio manter isso, certamente. Precisamos pensar em como compensar o produtor rural, pois órgãos ambientais e indígenas têm orçamentos para manter o meio ambiente e o produtor também deve ser pago por preservar", diz o pesquisador.
Segundo Evaristo os dados impressionam, já que o Estado tem potencial agrícola. “Os produtores preservarem essas áreas verdes é importante. O País deveria reconhecer o estado por este esforço”, ressaltou.
Mato Grosso foi o primeiro estado do Brasil a ser totalmente mapeado pela Embrapa, o que culminou no estudo "Atribuição, Uso e Ocupação das terras de Mato Grosso". Miranda explica que foram usados os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), de áreas indígenas, de preservação e ainda informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Somos campeões na preservação e a Embrapa veio carimbar isso agora. Saiu um pouco desse mundo irreal que a gente sempre tem sido acusado de degradação de meio ambiente e os números estão ai, são reais”, comemora o presidente Aprosoja, Endrigo Dalcin.
O presidente explica que as propriedades conservam muito da sua área dentro da sua propriedade. Assim os produtores tem um custo a mais e também a responsabilidade a mais com a questão ambiental. E o trabalho da Embrapa é único.
“Estamos muito contentes com o final desse estudo e a gente agora precisa conversar sobre a compensação dos produtores por essa preservação, por esse cuidado com o meio ambiente”, explicou.
Os próximos passos é conversar sobre que forma vai lidar com a conservação versus valores a pagar ao produtor sobre isso. “Nós temos muito que preservar e isso está confirmado agora pela Embrapa. Realmente agora a gente vai tentar capitanear e coletar valores para agregar valor nessas matas ciliares, nessa reserva legal, nessa Propriedade para que o produtores possam ter remuneração por essa preservação que eles fazem dentro da sua propriedade.