Mato Grosso registrou 26% da área desmatada na Amazônia em junho de 2025, ficando atrás apenas do Amazonas, que liderou com 28%. Segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a floresta amazônica perdeu 326 km² no mês, uma queda de 18% em relação a junho de 2024. Apesar disso, o ciclo anual do desmatamento, entre agosto de 2024 e julho de 2025, já acumula alta de 11% sobre o período anterior.
A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, alerta que a devastação ainda equivale a mais de mil campos de futebol derrubados por dia, mesmo com a recente redução. Para ela, o cenário exige reforço nas ações de fiscalização e prevenção.
O Amazonas, Mato Grosso e Pará concentraram juntos 79% da destruição florestal no mês. No ranking de municípios mais afetados, Apuí (AM) lidera desde fevereiro e o estado amazonense concentra também cinco dos dez assentamentos rurais e terras indígenas mais desmatados.
O Imazon aponta que a degradação florestal avança em ritmo acelerado, com aumento de quatro vezes no último ano, impulsionada pelas queimadas de setembro e outubro de 2024. Em junho de 2025, foram 207 km² degradados, 86% a mais que no mesmo mês de 2024.
Embora o Pará tenha registrado a maior degradação no mês, especialistas alertam que o Amazonas enfrenta um conjunto complexo de ameaças, que incluem pressão sobre áreas protegidas e crimes ambientais recorrentes.
