Cidades

Mato Grosso registra quase 2 casos de estupro por dia

 
Para atender a essa demanda no estado, o Hospital Universitário Júlio Muller, em Cuiabá, desenvolve desde 2003 um programa para atender as vítimas de violência sexual. Conforme a gerente do serviço social da unidade, Nair da Costa Barbosa, as vítimas são encaminhadas para a unidade por meio do Instituto Médico Legal (IML), delegacias, unidades de saúde, conselhos tutelares. Também buscam apoio por conta própria após sofrer serem abusadas.
 
Após dar entrada no hospital, a vítima toma todos os medicamentos de prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), como contra o HIV e a Hepatite B. No prazo de 12 horas, deve tomar a pílula do dia seguinte para evitar uma gravidez indesejada.Durante o atendimento às vítimas são acompanhadas para o ambulatório. Lá elas recebem atendimento de médicos ginecologistas, psicólogos, e, se for criança, de um pediatra. Depois do primeiro atendimento na unidade, o paciente pode receber por mais seis meses o acompanhamento oferecido nas primeiras 24 horas, disse a gerente.
 
Gravidez indesejada
Conforme Nair, se a vítima chegar ao hospital grávida, o atendimento será diferenciado. O primeiro passo, será fazer o pré-natal e caso haja interesse a equipe de profissionais irá auxiliar na busca pelo aborto legal. Mas todos os procedimentos realizados atendem aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
 
No ano passado, foram prestados 167 atendimentos pelo hospital. A faixa etária dos pacientes e a quantidade de registros foram, pela ordem, de 0 a 12 anos (67), de 13 a 18 anos (57) e acima de 19 anos, 43 atendimentos.Já no primeiro semestre deste ano foram registrados 83 atendimentos. Foram 24 prestados a vítimas de 0 a 12 anos, 29 a pessoas de 13 a 18 anos e 30 a pacientes de 19 anos ou mais.
 
Prevenção
O ginecologista e coordenador da maternidade infantil do hospital universitário, Ângelo Barrionuevo Gil Junior, afirma que se a vítima quer se prevenir o ideal é procurar os profissionais da saúde nas primeiras 12 horas após o crime. Conforme o médico, as pessoas que sofrem este tipo de violência esperam passar muito o tempo e não procuram ajuda por medo ou constrangimento.
 
Se a vítima deixar passar uma semana ou mais de 10 dias será mais difícil impedir uma gravidez indesejada ou alguma doença infecciosa. E se houver a ruptura do hímen durante a ação é mais fácil identificar porque as vezes precisamos dar pontos para que o sangramento pare. Mas se o hímen da mulher ou da adolescente for complacente, é difícil de saber porque ele abre e fecha durante a relação sexual, nesse caso, só o exame de corpo e delito consegue detectar o que ocorreu, disse o ginecologista.
 
G1

Redação

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