De acordo com um novo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Mato Grosso tem cinco pontos a menos de bloqueios registrados ao longo das rodovias. Em um levantamento realizado anteriormente foram registrados 30 bloqueios, cinco a mais que atualmente existem no estado.
Os desbloqueios de rodovias já estão acontecendo em outros estados, porém ainda é grande o número de caminhoneiros que impedem a passagem nos principais trechos que cortam o Brasil.
Em Mato Grosso, algumas regiões tem sido prejudicadas pela paralisação, como o município de Colíder (650 km de Cuiabá-MT) onde distribuidores de gás já reclamam da falta do produto para venda aos munícipes. A empresária dona da distribuidora Karamba Gás informou a imprensa local que a falta de gás liquefeito de petróleo (GLP) começou na quinta-feira (24) por conta da paralisação.
Em função da greve, alguns comerciantes principalmente os ligados ao setor hortifrutigranjeiro tem cobrado em alguns casos, até 300% a mais no valor final do produto ao consumidor. Na capital o quilo da cebola que anteriormente era vendida em uma media de R$ 1,98 o kg, hoje nos supermercados da capital, o mesmo produto é encontrado a R$ 7,00 o kg.
A PRF tem atuado no estado para a liberação de bloqueios para o transporte de combustível, alimentos perecíveis e soja no estado. A assessoria do órgão informou que a PRF busca garantir o direito de ir e vir do cidadão e por isso tem determinando a retirada dos veículos da pista, o que tem acontecido de modo pacífico em diversos pontos de concentração dos caminhoneiros.
Na madrugada deste sábado (26), uma carga de 44 mil litros de combustível para aviação foi escoltada pela PRF do município de Rondonópolis, (212 km de Cuiabá-MT) até ao Aeroporto Internacional de Várzea Grande (Região metropolitana da capital).
Com a ação, os policiais rodoviários federais garantiram o abastecimento de cerca de 100 mil litros combustível do Aeroporto Marechal Rondon, um dos poucos terminais no país que não teve problemas no abastecimento.
Além do combustível, o transporte de cargas perecíveis, cargas vivas, ração animal, remédios e oxigênio hospitalar fazem parte das ações prioritárias para que seja evitado o desabastecimento em áreas essenciais.
Em entrevista coletiva na noite de sexta-feira (25) ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que inicialmente havia 933 bloqueios espalhados pelo Brasil e destes, 419 já foram liberados, e no pronunciamento, o ministro falou de um “Locaute” por parte dos empresários caracterizando uma verdadeira farsa a greve que se iniciou na segunda-feira (21).
“A utilização pelos patrões, distribuidoras para manter ou ampliar margens de lucro caracteriza locaute, que, ao contrário da greve de trabalhadores que é um direito constitucional, é uma ilegalidade. Por isso pedi ao diretor da PF a abertura de inquérito para determinar se houve irregularidades”, disse o ministro.
Vinte empresários terão que prestar depoimento pela suspeita de locaute na paralisação que já dura seis dias e poderão responder se condenados por, atentado contra segurança de serviço de utilidade pública, atentado contra segurança do tranporte marítimo aéreo e fluvial, liberdade do trabalho e sofrimento da população brasileira e dos caminhoneiros.
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