A greve nacional dos caminhoneiros, iniciada nesta segunda-feira (21), já bloqueia 25 pontos das rodovias de Mato Grosso. Com isso, o estado já sofre com a falta de abastecimento de alimentos e combustíveis. Nesta quinta-feira (24), diversos postos amanheceram com extensas filas para o abastecimento. A previsão é que o estoque possa se esgotar ainda hoje.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), algumas cidades no interior do estado já sofrem com a falta de abastecimento. São elas Primavera do Leste, Nova Xavantina, Diamantino, Juína e Tapurah. No entanto, a entidade não soube contabilizar o número de postos paralisados pela falta do combustível.
Em Cuiabá, a quinta-feira já foi marcada por filas extensas em determinados postos de combustível. Na corrida pelo abastecimento, os motoristas temem não apenas a falta do etanol e gasolina nas bombas, mas também um aumento excessivo no preço, como aconteceu em outros estados. No Distrito Federal, por exemplo, o preço da gasolina chegou a R$10.
Filas de veículos foram registradas em diferentes postos da Capital, como no posto “Pioneira”, da rodovia Palmiro Paes de Barros, “Free” da Avenida Beira Rio e da Avenida Fernando Corrêa da Costa. Na Fernando Corrêa também houve grande volume de carros no “Posto Amazônia” e posto “Ipiranga”, na região do Coxipó.
Em razão da greve dos motoristas, as distribuidoras de combustíveis não estão permitindo que os caminhões deixem as garagens para abastecer aos postos. Por isso, o Sindipetróleo confirma que o estoque dos revendedores pode acabar ainda nesta quinta-feira.
Além do combustível, Mato Grosso também já sofre com a falta de alimentos nos supermercados. Segundo a Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat), os principais produtos que devem ser ainda mais prejudicados, caso a greve se estenda, são os mais sensíveis, como verduras e carnes. A expectativa da associação é que haja um acordo entre o Governo Federal e os grevistas para evitar que "a população sofra com a falta de produtos de necessidade básica".
A greve
O movimento nacional começou na segunda-feira (21) em razão do aumento no preço do diesel, anunciado pela Petrobras na semana passada. Eles também pedem a redução dos impostos para baratear o frete. Na terça-feira, a estatal já havia anunciado a redução do combustível em 10% nas refinarias, pelo prazo de 15 dias. A redução, no entanto, não se aplica à gasolina.
Além de comprometer o combustível nos postos de gasolina, a greve também afetou o setor da aviação. Nesta quinta-feira, a Infraero apontou que poderia ocorrer a falta de querosene em alguns aeroportos. No entanto, assegurou que alguns dos principais aeródromos não devem sofrer com a paralisação. Entre os aeroportos administrados pela Infraero estão Marechal Rondon (Cuiabá), Santos Dumont (Rio) e Congonhas (São Paulo).
O setor de supermercados também foi afetado com a mobilização, uma vez que os alimentos não estão chegando às prateleiras. Em alguns estados também já foi registrada a falta de alguns alimentos, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
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