Produção de grãos em Mato Grosso deverá atingir pouco mais de 93,6 milhões de toneladas na safra 2023/2024, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume é 7,2% inferior em relação à última temporada, quando produção bateu a marca de 100 milhões de toneladas. A queda é decorrente da diminuição estimada da área destinada ao plantio (-0,5%) e da produtividade (-6,8%). O quadro se deve às baixas precipitações na região Centro-Oeste, provocadas pelo fenômeno El Niño.
Segundo o 2º levantamento de safra divulgado pela entidade, a expectativa é que a produção de soja seja 2,7 pontos percentuais inferior em relação ao ciclo 2022/2023 e chegue a quase 44,4 milhões de toneladas nesta safra, mesmo com projeção de crescimento (+1,8%) de área plantada. O maior desafio é a semeadura da oleaginosa – apesar do aumento do ritmo em comparação à semana anterior, os trabalhos nas lavouras estão atrasados 10,2% ante a safra passada e 5,2 p.p. em relação à média dos últimos cinco anos em função da falta de chuva em diversas regiões.
No caso do milho, o estado deve ter retração em área (-4,9%), produtividade (-6,9%) e produção (-11,5%). O boletim mais recente do Instituto Mato-grossense de Economia (Imea) indica que o cenário de queda foi impulsionado pela menor projeção de escoamentos para a temporada futura. Outro fator que ajuda a explicar o panorama é a possibilidade de debandada de produtores para outras culturas como algodão, gergelim e sorgo.
Apesar da mudança nas projeções, o estado se mantém como importante player nas exportações. Tanto que, para se ter uma ideia, na safra 2023/24, quase 60% da produção deve ser enviada para o exterior. Com a queda na oferta e o reajuste na demanda do cereal, os estoques finais ficaram projetados com declínio de 20% em relação ao ao último relatório, mas ainda se mantém como o segundo maior estoque da série histórica do Imea devido aos atrasos na comercialização do cereal.
Em nível nacional, o volume da produção brasileira de grãos deve atingir 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024 – 4,7 milhões de toneladas (-1,5%) abaixo ante 2022/2023. A segunda estimativa aponta ainda o crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, passando para 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de 1ª safra, cujo calendário de plantio se estende até dezembro, a área prevista abrange também as culturas de 2ª e 3ª safras e as de inverno, com os plantios encerrando em junho.
No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas. (Com informações da assessoria)