O Fórum Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) protocolou nesta quarta-feira (03) uma representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo.
A entidade usou como base a declaração na qual Marun teria condicionado a liberação de recursos da Caixa Econômica Federal a Estados ao apoio de governadores na votação da reforma da Previdência, prevista para fevereiro.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan, Marun negou que tenha condicionado liberação de recursos e disse que mantém a posição de busca de apoio a todos os agentes públicos. "Eu não teria exagerado se eu efetivamente tivesse condicionado. Mantenho a posição que vou buscar o apoio de todos agentes públicos e efetivamente".
Ao falar sobre a entidade que protocolou representação contra ele, o ministro respondeu. “Fonacat, que nem sabia que existia… para proteger privilégios não falta associação, mas para trabalhar pelo Brasil são poucos. Minha resposta vai ser uma frase ‘não condicionei’. E tenho certeza que essa representação, seja lá o que for, não faz parte do rol de coisas que me preocupa. Não posso me preocupar por pouca coisa, tenho coisa séria e grande para me preocupar”, disse.
Sobre “coisa séria”, o ministro deu a entender que ainda trabalha na busca de votos para a aprovação da reforma da Previdência. Sobre um possível adiamento da data da votação, marcada para o dia 19 de fevereiro, Marun disse que “não há a possibilidade”.
“Agora sim você coloca algo que me preocupa. Sou uma pessoa transparente, não minto e ainda não temos voto necessários para a necessária reforma da Previdência. Estou sentindo clima positivo. Entendo que sociedade começa a se conscientizar na necessidade de tornar Previdência mais justa e menos desigual”, admitiu.
Sobre os governadores, que chegaram a ser condicionados pelo ministro para obterem recursos a seus Estados, Marun não segurou as críticas: “tem hora que vejo alguns governadores como se fosse violinista do Titanic. A água bate no peito, mas segue a música tentando levar as pessoas uma imagem falsa da realidade”.