O uso dos veículos, estacionados no Distrito Naval no Rio, será empregado antes da ida efetiva das Forças Armadas para a região, porque ainda é necessária a publicação de autorização presidencial para isso.
As Forças Armadas devem ser enviadas à região para atuar na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Nessa condição, podem dar condições de patrulha, vistoria e prisão em flagrante aos policiais. Antes disso a Aeronáutica já poderá atuar em levantamento da área e até mesmo em serviço de inteligência, informou a nota divulgada pela pasta.
De acordo com a nota, o pedido para a atuação das Forças Armadas em GLO já foi e está sendo analisado pelas autoridades. Somente nos próximos dias será feito o planejamento e será decidido o número de militares enviados, além dos meios a serem utilizados no Complexo da Maré.Diretriz ministerial
A nota informa também que, na diretriz ministerial, Celso Amorim determina ao comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, o envio de veículos blindados para transporte de pessoal e lanchas para apoio logístico da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro.
Caberá também a Moura Neto escolher um oficial para fazer a ligação entre a Secretaria de Segurança e o chefe do Estado-Maior do Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi.
Segundo a assessoria, a diretriz foi assinada por Amorim no final da tarde de terça-feira (25).
Os comandantes das outras Forças, Enzo Martins Peri (Exército) e Juniti Saito (Aeronáutica) foram alertados para estarem em condições de alocar recursos logísticos à Marina, caso seja necessário.
Exército
Pela manhã, militares do Exército participaram de uma operação da PM no Complexo da Maré, em Bonsucesso, no Subúrbio do Rio. A presença do Exército no local, no entanto, ainda não é a ocupação definitiva da região pelas tropas federais.
O Exército assumirá a ocupação do Conjunto de Favelas da Maré por tempo indeterminado. Nesta segunda, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que em princípio, será somente o Exército e descartou a Marinha e a Aeronáutica. A Polícia Federal vai ajudar com o serviço de inteligência e a Polícia Rodoviária Federal vai auxiliar no cerco aos acessos, nos mesmos moldes da ocupação do Complexo do Alemão, em 2008.
Beltrame falou ainda que a UPP Maré já era prevista e que não tem relação com os ataques ocorridos na quinta-feira (20). "A Maré é um grande território de dominação do tráfico de drogas. A nossa resposta é fazer com o que o tráfico perca cada vez mais território. É mostrar para o tráfico que o estado tem força." O secretário disse que inicialmente 1,5 mil homens devem compor o efetivo da UPP Maré.
Segundo Beltrame, havia uma "megalópole" do tráfico atuando no Rio. "Quando os criminosos começaram a perder território, começaram com essa retaliação covarde de até matar policial pelas costas", completou.
Beltrame também defendeu o efetivo de segurança que atua no estado. "Entrar em qualquer lugar do Rio de Janeiro não é uma dificuldade para nossas polícias. O problema para as forças do estado é se manter nessas áreas". Ele não explicou qual é a dificuldade para a manutenção dos policiais.
G1