Opinião

Marília Beatriz + Luiz Carlos Ribeiro = geometria sagrada do rito

A Associação Cultural Cena Onze inaugurou no Cine Teatro Cuiabá a Biblioteca Luiz Carlos Ribeiro. Flávio Ferreira declarou: “trazer o nome do Luiz Carlos Ribeiro a esta biblioteca é uma forma que encontramos de valorizar a vasta obra que ele deixou. Este espaço honra o apego que ele tinha à leitura, aos livros e à cultura”.

O ator Luiz Ribeiro, fundador da Federação Mato-grossense de Teatro e da Confederação Nacional de Teatro, foi também advogado, escritor, dramaturgo, diretor teatral. A festa, que contou com familiares e amigos de Luiz Carlos, ocorreu no dia 10 de agosto, às 18h. Da tarde ou da noite? Dúvida, pois a convenção acorda que o período da tarde é das 12 às 18 horas e o da noite é das 18 às 24 horas. Assim, o horário das 18 pode ser de dia, pode ser de noite. O crepúsculo a indicar o sol próximo ao horizonte ou com a intensidade crescente do amanhecer ou com a decrescente do anoitecer. Como viveu Luiz Carlos, no crepúsculo, nas luminosidades crescentes e decrescentes do tempo.

Um dia antes da inauguração da biblioteca, Marília Beatriz, em seu “escritório surreal”, como ela classifica, a finalizar a escrita do discurso que proferiria no dia seguinte, desvia seu olhar da tela do computador para uma pasta, sabe-se lá como ali foi parar. A pasta branca acondicionava papéis de Luiz Carlos, presenteada a ela pelas gentes do homenageado. A percorrer papéis preciosos dos “fragmentos da alma mato-grossense”, lá estava a “geometria sagrada do rito”. Marília Beatriz embebeu-se com aquele material em suas mãos, ainda a guardar o frescor dos dias de Luiz.

Já era noite no Cine Teatro quando a voz de Marília Beatriz preencheu os corações de todos que ali estavam, de pé, a reverenciar Luiz Carlos Ribeiro, o índio Tamoin. Da pasta “colocada” próxima ao computador, da escrita finalizada após a leitura de fragmentos pretéritos, renasceu o sonho de concretizar a “geometria sagrada do rito”. Sonho que continuará a trazer Luiz aos palcos pelos signos da semiótica e da dramaturgia, a embrenharem-se às vivências dos povos indígenas.

Redação

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