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Marcha entra em conflito com Força Nacional e transforma BH em zona de guerra

 
O clima de guerra tomou conta de boa parte da avenida Antônio Carlos, onde membros da cavalaria também distribuíram espadadas, além das bombas, para segurar parte dos manifestantes. Algumas pessoas chegaram a furar o primeiro de três bloqueios de isolamento da polícia, onde a confusão continuou. 
 
O número total de pessoas rumo ao palco da partida entre México e Japão, pela Copa das Confederações, não foi confirmado de maneira oficial, pois estava crescendo no decorrer do trajeto.
 
A marcha deixou a Praça Sete, no centro de BH, por volta das 13h30 e seguiu cerca de 15 quilômetros em direção ao Mineirão. Ela continuou na avenida Antônio Carlos, passando pelo viaduto José Alencar, até chegar ao cordão de isolamento, localizado a dois quilômetros do estádio.
 
Os manifestantes se concentraram em grande número na frente do bloqueio da Força Nacional, quando o conflito começou. A situação ficou ainda pior quando parte do público presente no protesto se dirigiu para a avenida Abrahao Caram, e a polícia disparou mais de 20 bombas para segurar a onda. Um membro da cavalaria se feriu com uma das bombas e foi levado para o hospital. 
 
Indignadas com o conflito, algumas pessoas começaram a jogar pedras em vidraças e casas por onde passavam, mas foram contidos por outros manifestantes. Além disso, concessionárias da Hyundai e da Kia Motors tiveram seus vidros e móveis totalmente depredados no meio da confusão.  
 
"Depredaram tudo. Tentei contê-los até o momento em que a própria polícia recuou. Sou pago para manter o patrimônio da empresa, mas não deu", comentou o chefe de segurança da loja da Hyundiai na avenida Antônio Carlos, Fabricio Cristiano.
 
O clima era mais de festa do que de protesto antes do confronto. Apesar dos cartazes com criticas à corrupção e à Copa, os manifestantes caminhavam como se fosse dia de jogo do Brasil. Muitos carregaram a bandeira do país em mastros ou enrolada em corpo, colorindo de amarelo toda a extensão da massa por BH.
 
"O clima de alegria e amor pelo Brasil não significa que não estamos insatisfeitos e protestando. Não vamos deixar a corrupção deixar a nossa alegria que é natural do nosso povo", chegou a afirmar Marina Fausto, de 21 anos, estudante do terceiro ano de arquitetura.
 
Além das bandeiras do Brasil, a marcha contou com bandeiras de arco-íris, símbolo no movimento GLBT. Não havia símbolos partidários no decorrer do trajeto. Algumas pessoas chegaram a levantar bandeiras da CUT (Central Única dos Trabalhadores) timidamente, mas foram obrigados a baixá-las a todo momento a pedidos dos manifestantes. 
 
Quando a primeira parte da passeata estava na avenida Antônio Carlos, o Terceiro Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar ainda abriu uma mangueira de água para oferecer aos manifestantes.
 
Ao todo, mais de 40 mil ingressos foram vendidos para a partida. México e Japão já estão eliminados do torneio e disputam apenas a terceira colocação do Grupo A depois de ambas terem sido derrotadas por Brasil e Itália nas duas rodadas inicias da Copa das Confederações. 
 
 
UOL 
 

Redação

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