A transcrição da conversa de Garzón tinha dado a entender que o maquinista falava com um controlador da companhia ferroviária, pois ele recebia indicações do percurso. No entanto, hoje o maquinista afirmou que conversou com um fiscal que estava a bordo em um vagão de passageiros e que ficou levemente ferido no acidente. O fiscal já tinha prestado depoimento como testemunha e não mencionou a conversa com o maquinista pouco antes do descarrilamento.
Perante o juiz, Garzón disse que não estava falando por telefone no momento em que o veículo saiu da via, mas que o desligou segundos antes do acidente e que o diálogo durou cerca de dois minutos. O condutor relatou ao juiz que no telefonema, efetuado entre aparelhos da empresa, foi conversado em que via o comboio, que fazia a rota Madri e Ferroll, deveria parar ao chegar à estação de Pontedeume.
O registro de chamadas, recebido pela polícia e entregue ao juiz, é crucial para o caso em função da perda do aparelho do maquinista. Segundo a legislação interna da Renfe, o contato entre fiscal e maquinista só deveria ser feito em caso de emergência e o guia de boas práticas desaconselha conversas em pontos críticos, exceto em situações de emergência.
De acordo com os dados da caixa-preta, instantes antes do acidente o trem circulava a 192 km/h, e após a ativação de um freio por parte do maquinista saiu da linha a 163 km/h. O limite de velocidade no local é de 80 km/h. Ao todo, 61 passageiros do trem de Santiago continuam internados, dos quais 13 permanecem em estado crítico, um deles uma criança, segundo as autoridades locais.
Fonte: Terra
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