Um grupo de aproximadamente 100 manifestantes se reuniu na manhã desta segunda-feira (28) em frente à Prefeitura Municipal de Cuiabá para, com cartazes, aderir ao convite realizado pelos camnhoneiros no final de semana, por meio das mídias sociais e WhatsApp, convocando a população a "parar o país".
A ação é organizada pelo movimento família brasileira, e conclamava a população com a seguinte justificativa: “vamos sair às ruas de todo o Brasil sem bandeira de partido ou grupo político, vestidos de verde e amarelo. Se você não quer pagar a conta dos corruptos, compartilhe”, dizia parte da mensagem enviada.
Entre as cobranças dos manifestantes nos cartazes, estão alguns pedidos como o fim do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), redução do preço da gasolina, criminalização da corrupção e saída do presidente Michel Temer. Além disso, há pessoas que utilizaram a paralisação para escrever que apoia os caminhoneiros na greve começada há oito dias.
Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes ocupam a Praça Alencastro e ainda não há previsão de caminhada pelas ruas de Cuiabá. Até o momento, o protesto segue pacífico.
Os caminhoneiros espalhados pelo Brasil seguem no oitavo dia de paralisação, mesmo diante do recuo do presidente Michel Temer na noite de domingo (27) que anunciou a queda de R$ 0,46 no valor do óleo diesel por litro durante 60 dias.
Além disso, Temer aceitou eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, e também concordou em estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.
Michel Temer ainda deixou claro durante o discurso que o prejuízo da paralisação da produção brasileira e os reflexos no país são bem maiores do que o valor que o Tesouro terá que desembolsar para honrar a redução de R$ 0,46 no preço do diesel.
Em Mato Grosso, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há trinta pontos de bloqueios que proíbem a passagem de caminhões. A PRF tem atuado na escolta de combustível para abastecer aeroporto e postos que possuem convênio com o governo para abastecer viaturas e ambulâncias.
Enquanto a população vem sendo prejudicada pelas paralisações espalhadas pelo Brasil, o ministro de segurança pública Raul Jungman em uma coletiva na noite de quinta-feira (24) informou que há indícios de uma 'aliança' entre caminhoneiros autônomos e empresas de transporte para forçar o governo a reduzir o preço do diesel.
A Polícia Federal já pediu a prisão de 20 empresários suspeitos de comandar o locaute durante as paralisações Brasil a fora. Locaute (termo que vem do inglês lock out) é o que acontece quando os patrões de um determinado setor se recusam a ceder aos trabalhadores os instrumentos para que eles desenvolvam seu trabalho, impedindo-os de exercer a atividade.
Uma liminar da Advocacia Geral da União (AGU) junto com Supremo Tribunal Federal (STF) interpretou que os transportadores da categoria que continuarem a paralisação irão ser multados em R$ 100 mil por hora parada, e caminhoneiros que continuarem atrapalhando o trânsito e fluxo nas rodovias serão multados em R$ 10 mil.
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