De acordo com Gustavo Proença, advogado da Comissão de Direitos Humanos da OAB, 204 manifestantes foram detidos durante os protestos desta terça-feira, em apoio à greve dos professores das redes estadual e municipal do Rio. Eles foram espalhados por cerca de dez delegacias.
As prisões aconteceram após confrontos entre PMs e manifestantes, que depredaram lojas e agências bancárias e incendiaram um ônibus e um carro da Polícia Militar. Dois homens sacaram armas e começaram a atirar durante os confrontos.
Telefones públicos, placas de sinalização, agências bancárias e as vidraças do Museu de Belas Artes foram destruídas. Um grupo de manifestantes também apedrejou o Consulado dos Estados Unidos, onde vidraças do prédio foram quebradas.
Na manhã desta quarta, a OAB atuava na 5ª (Centro), na 22ª (Penha) e na 37ª (Ilha do Governador) delegacias, que, segundo ele, concentravam mais pessoas detidas. Apesar das liberações, apenas na 29ª (Madureira) não há mais detidos, segundo Proença.
A PM informou que alguns detidos foram levados para a 17ª (São Cristóvão) e 19ª (Tijuca), mas ainda não confirmou as outras delegacias que receberam manifestantes.
Boa parte das detenções ocorreu na Cinelândia após um cordão policial ser formado para cercar os manifestantes que permaneciam na praça após os confrontos desta noite. Muitos acabaram detidos e encaminhados aos ônibus usados pela PM.
A ação começou pouco depois das 23h. Antes disso, houve uma série de confrontos que se estenderam por mais de três horas e terminaram com a ocupação policial da Cinelândia. O acampamento improvisado nas últimas semanas diante da Câmara Municipal foi desmontado pelos policiais.
Protesto
A manifestação foi organizada por professores das redes municipal e estadual, contrários ao plano de cargos e salários proposto pela Prefeitura do Rio e aprovado pela Câmara dos Vereadores. De acordo com o sindicato dos professores, o protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas.
O ato permaneceu pacífico até por volta de 20h15, quando representantes do sindicato anunciaram seu encerramento. A confusão começou no cruzamento da avenida Rio Branco com a rua Araújo de Porto Alegre, quando um grupo de mascarados caminhava da Câmara Municipal em direção à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
A polícia usou grande quantidade de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra os manifestantes, que atiraram morteiros, rojões, pedaços de madeira e pedras contra os PMs da Tropa de Choque.
Uol