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Manejo adequado pode evitar quebramento de haste e perdas na produção de soja 

"Quebramento de Haste: Causas e Estratégias de Mitigação do Problema" foi o tema do primeiro Painel de Fisiologia ocorrido nesta terça-feira (12), durante o Master Meeting Soja 2022, que reuniu especialistas de renome para debater o tema em Cuiabá. As palestras foram proferidas pelo professor e Fisiologista Geraldo Chavarria, da Universidade de Passo Fundo (UPF), pelo professor e Fisiologista Evandro Fagan, do Centro Universitário de Pato de Minas (Unipam), e pelo fisiologista Gabriel Schaich, da Physioatac, que repassaram ao público uma série de informações sobre este evento que tem tirado o sossego dos produtores de soja, principalmente os da região Sul e do Cerrado.

Engenheiro agrônomo, pesquisador e professor de Fisiologia, Nutrição e Desenvolvimento das Plantas, o professor Evandro Binotto Fagan, apresentou, em sua palestra, o funcionamento da planta, como esse quebramento acontece e pode prejudicar na fisiologia, tendo como consequência interrupções de fluxo no floema e no xilema. Explicou como esses efeitos estão correlacionados e comentou que o problema pode ser consequência da falta de alguns nutrientes como cobre, manganês, potássio e boro, elementos químicos que devem ser monitorados pela equipe de campo capazes de avaliar a fisiologia das plantas. “A falta de luz pode também ter ocasionado a redução na lignificação de hastes e aumento da distância dos estrenós, causando uma menor resistência e sustentação”, explica Evandro.

Sem causa aparente, o quebramento da haste da planta compromete o desenvolvimento e tem incomodado os produtores. Segundo o pesquisador, entre os principais efeitos desse fenômeno está a formação de uma região mais sensível e menos elástica no caule da planta que, conforme o crescimento dela, em algum momento falta a formação de uma estrutura mais rígida e elástica no caule, o que provoca a quebra.

“E o que pode estar associado a isso?”, questiona ele ao comentar que o problema pode aparecer em plantas onde há ocorrência de muita chuva e baixa luminosidade. “Nesta situação, as plantas investem mais em crescimento e menos em estrutura de rigidez. São plantas com menor concentração de lignina. É provável que a planta com menor quantidade de lignina tenha um caule menos resistente e se a planta cresce mais que em anos habituais, em função de ter uma condição mais favorável para seu crescimento, isso pode incrementar o peso sobre a planta e formar uma zona onde ela quebra”, exemplifica.

Importância do manejo

Para evitar perdas com o quebramento das hastes, os sojicultores precisam usar técnicas de manejo adequadas. Para Fagan, a primeira providência a se tomar é trabalhar com populações próximas do ideal, evitando que a planta tenha um crescimento vegetativo alto, uma haste que cresça muito em busca de luz. “Quando se tem baixa luminosidade, em anos muito chuvosos, esse crescimento pode ser muito exacerbado e aumentar a probabilidade do problema”, comentou.

Ele apontou outros fatores que podem estar relacionados ao quebramento da haste como a escolha do material genético e o espaçamento das plantas. De acordo com ele, existem variedades de soja com maior probabilidade de ocorrência do problema, como aquelas de maior produtividade. “Produtividade e resistência caminham em direções opostas. Quando temos maior produtividade, muitas vezes, abre-se mão de mecanismos de resistência para tornar a planta mais produtiva. Então, a escolha do material genético (variedade a ser cultivada) é um ponto importante”, defende. A adoção do espaçamento adequado, observa, também evita o estiolamento, para o engrossamento do caule, o que evita uma possível quebra. A nutrição equilibrada associada a solos mais profundos e estruturados também podem auxiliar na redução desse problema.

O evento

O Master Meeting Soja começou nesta terça-feira (12.04) e vai até quinta-feira (14.04), em Cuiabá, um dos principais eventos de soja do País. É promovido pela Proteplan, uma empresa mato-grossense de pesquisa agrícola, assessoria e capacitação que tem a missão de desenvolver soluções integradas na agricultura e difundir conhecimento técnico e experiência para a cadeia produtiva. Os trabalhos da empresa visam contribuir com o desenvolvimento da agricultura de forma sustentável, respeitando as boas práticas agrícolas e visando rentabilidade nas diversas culturas de atuação (soja, milho, algodão e feijão). O evento ocorre no hotel Gran Odara. A programação completa pode ser acessada em https://bit.ly/3Kxfnex.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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