Foto Andrea Lobo/ CMT
O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) voltou a negar, nesta sexta-feira (9), ter recebido dinheiro do esquema de fraude a licitações e cobrança de propina de empresários que mantinha contrato com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A acusação foi feita pelo seu primo, o empresário Alan Malouf, réu em ação penal derivada da 3ª fase da Operação Rêmora, na qual é apontado como um dos líderes do esquema.
Na tarde desta quinta-feira (8), Alan prestou depoimento a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, e reforçou depoimento dado ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em dezembro de 2016, quando citou o nome do parlamentar.
Maluf, no entanto, afirma que as acusações do empresário são uma tentativa de se livrar de uma eventual condenação, pelo crime que já confessou ter cometido. O deputado ainda levantou a hipótese de vingança, por Alan ter participado da campanha do governador Pedro Taques (PSDB) e não ter recebido nenhum “benefício”.
“O que mais ele pode fazer para conseguir a sua soltura? Envolveu o governador, o Nilson Leitão e envolveu o seu primo-irmão, Guilherme Maluf. É lamentável que esse tipo de coisa aconteça, mas demonstra o que é a personalidade de uma pessoa que não quer assumir a culpa e quer jogar a culpa pra cima de outras pessoas”, disse, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta sexta-feira (9).
Ainda segundo Maluf, o empresário pode estar agindo por alguma mágoa alimentada por ele e o governador, amigo de Alan.
“Eu sei que ele estava passando por dificuldades financeiras. Ele não deve ter conseguido nenhum tipo de benefício no governo. A mágoa dele talvez venha disso: o primo virou presidente da Assembleia [na legislatura passada], o amigo dele virou governador e ele não conseguiu beneficio financeiro nenhum. O que eu tenho a dizer é isso, não acrescentou em nada o depoimento dele”, disse.
Financiamento de campanha
O deputado declarou que conviveu com Alan durante a disputa eleitoral de 2014, mas que a sua campanha para a Assembleia Legislativa, financeiramente, foi “desligada” da chapa majoritária. Ele ainda nega que tenha presenciado qualquer tipo de “arranjo financeiro” e caixa dois na campanha de Taques, como apontou o empresário durante seu depoimento.
“Não acredito que houve esses investimentos como o Alan alega, espero que ele tenha provas para mostrar também. Caso contrário, será mais uma acusação leviana. Agora o Gaeco tem que fazer a parte dele, assim como eu estou respondendo por isso, todo mundo vai responder de alguma forma e vamos mostrar a verdade dos fatos”, disse.
Maluf disse, por fim, que deve acionar seu primo judicialmente. “Vou continuar me defendendo. Não existe ninguém mais interessado que isso seja apurado. Se for constatado que o Alan mentiu, eu vou tomar providências jurídicas. Até porque está denegrindo a nossa imagem [do governador Pedro Taques e Nilson Leitão], que teve suas imagens arranhadas por essas calúnias e acusações”.
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