Orçada em quase R$ 20 milhões, a obra teve a ordem de serviço dada em novembro de 2012, com previsão de término para o mês de julho deste ano, conforme aponta relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Passados dois meses do prazo de conclusão, o que se observa no local é um enorme buraco, com esgoto correndo a céu aberto e um perigo iminente para os transeuntes da região.
Não bastasse a morosidade da obra, o local não apresenta qualquer segurança para os que precisam por lá passar. Nas proximidades do Centro Popular de Cuiabá, por exemplo, onde estão camelôs que anteriormente estavam espalhados em praças públicas da Capital, existem poucas barreiras de proteção, facilitando, inclusive, o acesso à obra. Assim como já ocorreu em outras obras da Copa inacabadas, é comum avistar pessoas passando pelo local, seja a pé, de bicicleta ou mesmo de moto.
“Essa obra começou há muito tempo, mas não conseguimos ver nenhum progresso. Está chegando a época das chuvas e nosso medo é que tudo aqui desmorone, pois a gente percebe que a calçada aqui já está sendo atingida, os muros já estão com rachaduras. Já procuramos a Secopa várias vezes, eles sempre nos falam que a obra vai ser concluída em 20 dias, 30 dias, mas nunca acaba”, relata a presidente da Associação dos Camelôs, Vendedores Ambulantes e Permissionários de Cuiabá, Aparecida Ribeiro de Oliveira.
Além de apresentar um elevado risco de desmoronamento e queda de barranco que é causada pela perda da coesão de material, a obra também está prejudicando as vendas no Centro Popular, já que o acesso às lojas foi completamente prejudicado.
A vendedora Aparecida Prima, que vende bolsas e carteiras no Centro Popular, diz que “desde que as obras começaram, houve uma queda de 80% nas vendas. O Natal está chegando e não sabemos se isso tudo já vai estar resolvido. Não entendo porque eles vêm aqui, abrem esse buraco e largam do jeito que está. Sabemos que quando concluída a obra, vai melhorar muito nossa situação aqui, mas não podemos ficar esperando uma vida toda. Este é o nosso trabalho, não estamos aqui brincando”, reclama.