A manifestação das "Mulheres de Mato Grosso contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)" reuniu cerca de mil participantes neste sábado (29). Promovido por mulheres, o movimento teve uma intensa adesão de homens e representantes de várias minorias do estado. O evento ocorreu entre as 16h e 20h, em Cuiabá.
O protesto foi divulgado por três páginas no Facebook e contou com ações em paralelo em Cáceres, Rondonópolis, Barra do Garças, Juína e Alta Floresta entre outras cidades.
A manifestação seguiu agenda do movimento nacional #EleNão, que organiza evento em várias cidades pelas redes sociais e chegou a reunir mais de 500 mil pessoas em São Paulo e no Rio de Janeiro. No perfil de Cuiabá mais de duas mil mulheres participam das discussões.
O encontro ocorreu em frente do monumento Ulysses Guimarães, próximo ao Pantanal Shopping. Vários discursos de lideranças indígenas, como a educadora Darlene Taukane, defensoras públicas, e representantes dos movimentos campesinos, quilombolas e LGBT marcaram o dia.
"Queremos o reconhecimento das mulheres e das lideranças indígenas no processo democrático do país. Não é possível aceitar um candidato que afirmou que não irá demarcar nem um centímetro de terra indígena", disse Darlene.
Durante o ato, elas e eles não pediram mais direitos, só pediram que não tivessem menos. Um dos principais debates foi sobre a possibilidade de retrocessos democráticos e sociais defendidos por Jair Bolsonaro. O movimento levantou a bandeira do I: de igualdade.
O ato foi organizado após um momento crescente de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Os motes das manifestações é o combate a ideias divulgadas pelo candidato em seus discursos que promovem o fascismo, a truculência, a liberação de armas no país, negam a existência da Ditadura Militar (entre as décadas de 1960/70/80) e defendem ideias machistas e de redução do papel da mulher na socidade. Esses foram os principais temas associados ao presidenciável durante a manifestação.
A defensora pública Geovana Santos foi uma das que discursaram durante o ato. “É um movimento que revela o sentimento da sociedade, a sociedade é plural e queremos pessoas que representem a todos, independente de cor ou gênero”, disse.
Provocações
Cerca de 10 pessoas, em favor ao candidato Jair Bolsonaro, ficaram próximos ao local do ato. Eles estavam com faixa de pró-Bolsonaro e pediam buzinas para que os apoiadores do candidato boicotassem o ato. Apesar da tensão não foi registrado pela Polícia Militar (PM) nenhum incidente.
Teatro
Os alunos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) apresentaram um teatro. Na performace os estudantes abordaram o drama da discriminação contra os LGBTs dentro das famílias e a violência que sofre essa parcela da população.