Internacional

Mais de mil migrantes são resgatados na costa da Líbia

Duass embarcações resgataram nesta sexta-feira (3) mais de mil migrantes na costa da Líbia, segundo organizações humanitárias.

Dois barcos, "Aquarius", da SOS Mediterrâneo e Médicos Sem Fronteiras (MSF), e o "Golfo Azzurro", da Proactiva Open Arms, resgataram os migrantes na manhã desta sexta-feira, mesmo dia da cúpula europeia em Malta sobre a migração ilegal no Mediterrâneo.

"Estamos vivendo um pesadelo absoluto neste momento. A situação está além de nossas capacidades, resgatamos cinco embarcações e ainda há três à espera", escreveu em um tuíte Ed Taylor, um dos responsáveis pela operação no "Aquarius".

"Não há barcos de resgate suficiente na área (…). Pedimos ajuda, mas ninguém pode vir", acrescentou.

"Há queimados pelo combustível, feridos, bebês … Um dia difícil", comentou Proactiva em um tuíte.

Dois grandes navios de resgate, o "Diciotti", da guarda costeira italiana, e o norueguês "Siem Pilot", da Frontex, estavam ocupados no desembarque de migrantes salvos na quarta e quinta-feira, quando foram resgatados cerca de 1.750 migrantes.

Cúpula
Paralelamente, em Malta, os líderes europeus reuniram-se em busca de uma resposta conjunta à crise da migração, um fenômeno que divide o velho continente.
Um dia antes do início da cúpula, a Itália e a Líbia assinaram um acordo com o objetivo de fechar a principal rota de chegada de imigrantes ilegais na Europa através do Mediterrâneo.

O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, e o seu colega líbio, Fayez al-Sarraj, concordaram em reforçar a luta contra o tráfico de seres humanos.

Além disso, a Itália se comprometeu a fornecer recursos financeiros, materiais e sanitários em troca do controle da migração e da criação de polêmicos centros de detenção.

A Itália também irá fornecer "apoio técnico e tecnológico" à guarda costeira da Líbia e ao ministério do Interior líbio, encarregado de diminuir o fluxo de partidas.
A ideia de criar campos de detenção neste país não é nova: em 2008 já aparecia em um acordo celebrado entre o então primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e o então líder líbio, Muammar Kadhafi, posteriormente morto.

A ideia de bloquear os migrantes africanos na Líbia, país que atravessa uma crise política sem precedentes, não parece uma solução, ressaltam as organizações humanitárias. Muitos migrantes denunciaram abusos e tortura cometidos nos chamados centros de acolhimento líbios.

"Os líbios atiraram em nós como se fôssemos cães", relatou o jovem Boubacar, nascido na Guiné, de acordo com a porta-voz da SOS Mediterrâneo.

Cerca de 7 mil imigrantes chegaram à costa italiana desde o início do ano, enquanto cerca de 227 morreram ou desapareceram em janeiro em frente à costa da Líbia, segundo dados da ONU. 

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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