Cidades

Mais de 86% dos usuários consideram transporte regular, ruim ou péssimo

Falta de pontualidade e de condições adequadas de temperatura no interior dos ônibus estão as principais insatisfações apontadas pelos usuários do transporte coletivo, em Cuiabá. Pelo menos é o que mostra uma pesquisa realizada pela Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados da capital (Arsec) sobre o serviço público de passageiros ofertado na capital. No geral, 45,18% dos passageiros consideram o serviço regular, 23,75% ruim e 17,56% como péssimo. Apenas, 13,51% bom ou ótimo.

Realizado no período de 2018 a julho de 2019, o levantamento foi apresentado, ontem (12), pela Arsec. Foram entrevistados usuários de linhas como a 103, 106, 206, 250, 301, 302, 308, 309, 311, 313, 711E, 712E, A40, dentre outras. A margem de erro para a amostra é de 3%. Do total de 1.503 entrevistados, 52,63% consideram a climatização péssima e outros 44,24% dizem que os coletivos não são pontuais.

Outros 33% disseram que os veículos, são pontuais, às vezes; 20,43% que chegam no horário programado, e 2,33% não souberam responder. Entre as linhas com maiores percentuais de insatisfação neste quesito está a “410”, onde 66,67% dos usuários apontam atrasos dos veículos. “Cerca de 6 em cada 10 passageiros não confiam nos horários programados do transporte coletivo”, revela.

De acordo com o diretor-presidente da Arsec, Alexandro de Oliveira, a pesquisa é uma ferramenta serve para que o gestor municipal possa avançar na prestação do serviço. “Acredito que muito das pesquisas anteriores tenham sido utilizadas na licitação para melhoraria dos gargalos e onde há reclamação, como é a questão do ar condicionado. Houve uma previsão na licitação para que haja um número inicial de ônibus com ar condicionado e que seja escalonado até chegar 100% dos ônibus climatizado”, disse Oliveira se referindo à concorrência pública para contratação de novas empresas que irão operar no sistema na capital e que deve ser concluída nos próximos dias pela prefeitura.

Quanto a temperatura, 22,95% afirmaram que o serviço é ruim e 15,44% regular. Outros 7,98% consideram como bom e, apenas, 1% como ótimo. A pesquisa mostra também que 48,10% dos passageiros avaliaram como ruins (22,55%) ou péssimas (25,55%) as condições físicas dos pontos de parada. Outros 34,40% consideraram regular, 16,03% bom e, apenas 1,47%, como ótimo. “Para 43,25% dos passageiros o grau de satisfação de conservação, limpeza e conforto dos ônibus é ruim ou péssimo”, aponta.

Em relação ao tempo de espera pelo ônibus, 29,81% das pessoas esperam em média de 16 a 30 minutos; 24,02% de 11 e 15 minutos e apenas 6,52% até 5 minutos. Outros 23,02% aguardam mais de 30 minutos. “Após o desembarque, 47,50% dos passageiros gastam até cinco minutos para chegar ao local do destino; 33,13% entre 6 e 10 minutos e apenas 1,66% mais de 30 minutos”.

A pesquisa quis saber qual motivo leva as pessoas a utilizarem o transporte coletivo. Para a grande maioria a resposta foi para o trabalho, seguido dos estudos e saúde. Nas linhas 409 e 609E, por exemplo, 76,69% e 90% dos passageiros, respectivamente, disseram usar o transporte devido ao trabalho. “Em relação à frequência de utilização do transporte coletivo, 46,37% declararam que utilizam cinco dias na semana; enquanto apenas 2,59% utilizam apenas um dia na semana”, aponta. “Enquanto 47,50% dos respondentes declararam gastar (a pé) até cinco minutos para ir da sua casa até o ponto da parada ou terminal, apenas 1,66% gastam mais de 30 minutos”, acrescenta.

Já para 55,94% das pessoas com deficiência, as condições de acessibilidade ao veículo não estão adequadas às suas necessidades e, para 59,74% dos passageiros o tratamento dado pelos motoristas é bom ou ótimo. Mais da metade dos passageiros não utiliza internet no ônibus e cerca de 7 em cada 10 entrevistados considera que os assentos preferenciais não são respeitados pelos demais usuários.

Indagados sobre a frequência de quebra dos ônibus, apenas 2,59% responderam que sempre, 48,84% poucas vezes e 34,46% nunca. Além disso, apenas 5,92% dos entrevistados declararam ter entrado em contato com algum órgão para fazer denúncia, reclamação ou sugestão no período de 01 de julho de 2018 a 31 de julho de 2019.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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