O proprietário de uma fazenda na região de Santo Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá, encontrou 2.265 doses de vacinas para gado enterradas em uma vala do terreno na última quinta-feira (30). Segundo ele, a terra estava arrendada há cerca de três anos para uma empresa de pecuária.
Entre as vacinas estavam 1,2 mil doses contra aftosa, 825 contra antirrábica e outras 240 doses contra brucelose. As datas de vencimentos eram de 2017 a 2019.
O G1 não conseguiu contato com a empresa responsável pela fazenda nos últimos três anos até a publicação desta reportagem.
O advogado do fazendeiro, Eduardo Mahon, afirmou que encaminhou uma denúncia formal ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) solicitando uma séria de medidas como a contagem e vacinação assistida do gado criado na região e imediato bloqueio das Guias de Trânsito Animal.
Na última sexta-feira (31), após solicitação do proprietário, o Instituto de Defesa Agropecuária Mato Grosso (Indea-MT) esteve na propriedade e realizou vistoria.
Conforme o relatório obtido pelo G1, as vacinas estavam lacradas. Os agentes orientaram o proprietário a fazer o descarte dos produtos em lixão sanitário ou incinera-los em um local segura na propriedade.
Riscos
O gado não vacinado pode transmitir doenças como raiva e brucelose aos seres humanos. No entanto, segundo o Indea, os animais vistoriados na fazenda estão sem sintomas de doenças transmissíveis.
Na denúncia encaminhada ao Indea, é apontado crime contra a saúde coletiva, economia e meio ambiente.
“A dosagem substancial sonegada do Indea ao rebanho pode indicar tanto a desídia criminosa por parte da empresa quanto uma provável configuração de outros fatos típicos penais que se denominam ‘boi de papel’”, diz em trecho do documento.
‘Boi de papel’, nesse caso, é o termo usado para se referir ao crime de lavagem de dinheiro, furto de gado, sonegação fiscal e falsidade ideológica contra o Serviço de Inspeção Federal (SIF).
O Indea informou que acompanha o caso.