Mais de 10 mil civis fugiram dos bairros rebeldes da zona leste de Aleppo para áreas sob controle do governo nas últimas 24 horas, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Quase 150 mil civis fugiram dos bairros rebeldes desde 15 de novembro, dia em que o exército sírio iniciou uma grande ofensiva para reconquistar a totalidade de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, indicou o OSDH.
Em alguns bairros ainda sob controle dos insurgentes não há mais civis, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Na madrugada desta segunda-feira (12), o exército sírio se apoderou após duras batalhas do distrito de Sheikh Saeed, o principal distrito da cidade. A retomada de território ocorreu após o Estado Islâmico voltar a tomar no domingo (11) a antiga cidade de Palmira, após a retirada das tropas do exército sírio.
O regime sírio domina agora mais de 90% do que era a zona rebelde de Aleppo desde a divisão da cidade em 2012.
Aleppo se transformou em uma das principais frentes da guerra civil síria, na qual já morreram mais de 300 mil pessoas.
O conflito provocou em cinco anos o deslocamento, interno ou para o exterior, de metade da população do país.
Estado Islâmico toma Palmira
Na primeira admissão oficial do governo de que Palmira havia sido retomada pelos militantes, o governador da província síria de Homs Talal Barazi, afirmou à TV Ikhbariyah que o exército se retirou da cidade diante do avanço dos combatentes do EI.
A retomada de Palmira pelos extremistas já tinha sido divulgada pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). "Apesar dos ataques aéreos, o Estado Islâmico reconquistou toda a cidade de Palmira depois que o exército [sírio] se retirou do sul da cidade", informou Rami Abdel Rahman, diretor da ONG.
Ao menos 120 integrantes das forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad morreram nos combates, acrescentou a ONG baseada em Londres.
A agência de notícias Amaq, do grupo radical, também havia divulgado a retomada total do controle da cidade.
Os radicais começaram as ofensivas contra Palmira na quinta-feira. Na manhã deste domingo, o grupo chegou a se retirar do local em função de violentos bombardeios da aviação russa que mataram diversos extremistas (a Rússia é aliada do governo sírio). Mas retomou o controle da cidade histórica mais tarde.
O Estado Islâmico tinha tomado o controle de Palmira em maio de 2015 e foi expulso pelo regime em março passado, com a ajuda da Rússia. Nos últimos dias, porém, o grupo radical retomou as ofensivas contra a cidade.
Durante a ocupação da chamada "pérola" do deserto sírio, o grupo extremista destruiu vários artefatos históricos.
Fonte: G1