O dado, que indica uma mudança no perfil de mobilidade da população brasileira, faz parte de um estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O instituto, que utilizou indicadores de mobilidade urbana da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), destaca que “um número maior de veículos privados nas ruas significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos congestionamentos nos centros urbanos”.
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O Brasil tem 62,8 milhões de domicílios e, destes, 33,4 milhões possuem, ao menos, um carro, uma moto ou ambos os veículos. Os carros estão em 21,3 milhões de casas, enquanto as motos estão em outras 7,2 milhões. Outros 5,3 milhões de domicílios possuem carro e moto. Por fim, 28,9 milhões de casas brasileiras não têm nem carro nem moto.
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Os carros ainda são o principal veículo de posse das famílias, sobretudo nas cidades, segundo o Ipea. Nas áreas urbanas, 45% das casas têm carro, enquanto, na área rural, o percentual recua para 28%. As motocicletas, por outro lado, estão em 33% dos lares na área rural, quase o dobro em relação à zona urbana.
O estudo indica que um em cada cinco lares brasileiros tem, pelo menos, uma motocicleta na garagem — e esse número tende a crescer, sobretudo, entre as camadas mais pobres da população. O Ipea alerta, porém, que esse aumento traz riscos, já que, segundo dados do Datasus, mais de 12 mil usuários de motocicletas morrem todos os anos no Brasil (principal motivo de mortes por acidentes terrestres).
Carros por Estado
Santa Catarina, Paraná e Distrito Federal são as unidades da federação que mais têm veículos. Em Santa Catarina, por exemplo, cerca de 75% das casas possuem carro ou moto. No Paraná, há carro ou moto em 67,7% dos lares e, no Distrito Federal, são 64,1%. Em São Paulo, 63,7% das casas têm veículo e, no Rio de Janeiro, quatro em cada dez residências possuem um carro ou uma moto.
Por outro lado, os Estados do Norte e Nordeste têm os menores índices de motorização por domicílio, sendo Alagoas o que possui o menor percentual (32,4%). No Amazonas, somente 33,8% dos lares têm moto ou carro.
O estudo do Ipea conclui que, com o aumento do número de veículos entre os brasileiros e da tendência de se ampliar ainda mais as vendas de carros e motos no País, os gestores dos sistemas de mobilidade têm um novo desafio “em função da maior taxa de motorização da população brasileira, com reflexos diretos sobre a degradação das condições de mobilidade de todos (maior poluição, acidentes e congestionamentos)”.
— Cada vez mais os domicílios de baixa renda terão acesso ao veículo privado, já que metade deles ainda não possuem automóvel ou motocicleta e as políticas de incentivo à sua compra são muito fortes.
R7
