Em carta ao presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), deputados estaduais e federais de Minas Gerais pediram a garantia de poder se coligar com o PT na eleição de 2018.
"Pedimos que haja, da parte da executiva nacional presidida por Vossa Excelência, manifestação expressa sobre a garantia de que o PMDB de Minas poderá fazer as coligações que julgar mais acertadas para o pleito de 2018", diz o texto com data de 27 de outubro.
"E, no momento, aquela [coligação] que parece mais promissora é a que volta a colocar na mesa o nome do PT." Na carta, os deputados dizem que a aliança com os petistas em 2014 foi acertada, pois foi a que garantiu mais cadeiras ao PMDB, que hoje ocupa também quatro secretarias de Estado.
O documento é assinado por 4 dos 6 deputados da bancada federal e pela maior parte da executiva estadual do partido. O vice-presidente da Câmara, deputado federal Fábio Ramalho, e o presidente da Assembleia, deputado estadual Adalclever Lopes, endossam a carta.
Eles defendem a manutenção da aliança com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), que será candidato à reeleição.
CANDIDATURA PRÓPRIA
O presidente da executiva estadual, vice-governador Antônio Andrade, porém, está rompido com Pimentel e prega uma candidatura própria do PMDB em Minas. Nesta semana, Andrade também esteve em Brasília para falar com Jucá sobre o assunto.
Cotado para ser candidato a governador, o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) também quer o fim da coligação com os petistas. Ele e o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) não assinaram a carta.
No documento, os deputados mencionam a possibilidade de que o partido proíba coligações com o PT em 2018 e diz que já há sinais de migração para outras siglas caso isso ocorra.
"Alguma instabilidade está sendo gerada no partido em Minas com a insinuação de que será proibida por Brasília a coligação com o PT. […] Esses movimentos e outros que o acompanham estão gerando apreensão do partido em Minas, já havendo sinais de migração de candidaturas para outros partidos, bem como desistências de candidaturas de grande e tradicional apelo."
Os deputados criticam decisões de Andrade e Pacheco que dizem ter sido tomadas de forma unilateral, como a candidatura do deputado federal à Prefeitura de Belo Horizonte em 2016. Afirmam ainda que o vice-governador age como se o partido fosse sua "propriedade privada".