O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, procurou o presidente Michel Temer para entregar o cargo incomodado com sua inclusão na lista de investigados da Lava Jato, pela delação da Odebrecht. No entanto, o presidente teria rejeitado o pedido de saída Maggi. Informações são do jornal Estado de S. Paulo.
Segundo o diário, Blairo se considera injustiçado pela acusação e quis deixar o presidente à vontade, abrindo mão do posto. Temer recusou o pedido, dizendo que confiava na sua inocência e capacidade. O ministro aceitou permanecer.
Na delação de proprietários da empreiteira Odebrecht, Maggi é acusado de receber R$ 12 milhões na campanha para o governo de Mato Grosso, em 2006. Ele nega as acusações.
Cópias de documentos que varam nas redes sociais na noite desta segunda-feira (17) comprovariam os supostos pagamentos de propina da construtora Odebrecht ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
Caso sejam verdadeiros, os cinco documentos apontam para repasses feitos não só a Maggi, como também aos ao ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Edmilson dos Santos, ao procurador do Estado João Virgílio Nascimento Sobrinho e ao procurador aposentado Francisco Lima Filho, o “Chico Lima”.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo afirma que Maggi é investigado por corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os R$ 12 milhões seriam de créditos judiciais firmados entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, governado na época por José Orcírio de Miranda, Zeca do PT, que também aparece na lista de investigados do STF. Ele teria cobrado propina de R$ 400 mil para negociar o pagamento dos créditos.
O processo do STF aponta que a negociação do pagamento da propina que supostamente entrou na conta de campanha de Maggi teria sido negociada pelos então secretários Éder Moraes (Fazenda) e Luiz Antônio Pagot (Infraestrutura). O montante d R$ 12 milhões equivalia a 35% de dinheiro que Odebrecht tinha direito de receber do governo.
A empreiteira executada obras na MT-010 em Diamantino, no cruzamento com BR-364, e em São José do Rio Claro, em cruzamento com a MT-235, e MS-030, em Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Indápolis e Lagoa Bonita. O dinheiro do qual teriam sido cobradas propinas se referia a créditos que a Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO) e a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) tinham com o governo desde 1999.
A negociação da dívida da União com as companhias foi transferida para uma comissão especial formada por técnicos representantes do governo federal e dos governos estaduais. Só então os repasses da União começaram a ser efetivamente realizados tendo os Estados como intermediador, especialmente em período mais próximo das eleições.
Leia mais:
Documentos vazados comprovariam repasses da Odebrecht a Maggi
Maggi teria recebido R$ 12 milhões da Odebrecht para a campanha de 2016
Agronegócio sofre efeito colateral da lista da Odebrecht
Pagot nega ter sido interlocutor de Maggi para receber propina