Cidades

Maggi e Silval: 10 anos de descaso com a saúde pública

Símbolo do descaso com a saúde pública, o Hospital Central vem sendo usado em discursos políticos. Foram muitas as promessas de retomada das obras. O então governador Blairo Maggi (PR) anunciou – com direito a festa – que iria promover uma transformação da obra. Porém, para ser sede administrativa da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Maggi não estava interessado em garantir uma grande unidade hospitalar em Cuiabá, de alta complexidade, para receber a demanda do interior. Nem hospital, nem sede nova. Blairo não cumpriu a promessa.

Enquanto isso, comprou e fechou os hospitais São Thomé e Modelo em Cuiabá, e o Santa Maria Bertila, em Guiratinga. Ao invés de novos leitos, Maggi extinguiu cerca de 300 leitos em Mato Grosso e que poderiam garantir assistência hospitalar de milhares de mato-grossenses. O então governador, antes de finalizar os seus oito anos de mandato, começou a construir o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, anunciado como a redenção para os problemas de saúde pública. Apontou o novo hospital como a solução para o fim da fila por espera de cirurgias. “O município de Cuiabá, sozinho, construiu uma unidade de saúde no bairro Pedra 90 com 20 leitos. Isso significa que 60 leitos nunca iriam conseguir reduzir a fila por cirurgias no Estado”, observa Luiz Soares, ex-secretário de Saúde da Capital.

Blairo Maggi deixou o governo com o carimbo de governador que virou as costas para a saúde pública. E deixou como sucessor seu então vice, o hoje governador Silval Barbosa (PMDB).

Nem bem assumiu, Silval Barbosa entregou a gestão da Secretaria de Estado de Saúde ao deputado federal Pedro Henry (PP), denunciado nos escândalos do mensalão e dos sanguessugas. Mais empresário do setor da saúde do que médico e deputado, Pedro Henry privatizou a gestão dos hospitais públicos em Mato Grosso ao entregá-los nas mãos de Organizações Sociais de Saúde (OSSs). E pagando o dobro da tabela do SUS. Hoje a SES vive uma crise com a OSS que mais recursos recebe do Estado, o Instituto Pernambucano de Assistência a Saúde, o Ipas. Gestor do Hospital Metropolitano e de outros dois hospitais no interior, o Ipas também administrava os medicamentos de alto custo. Que comprou com prazo de validade por vencer. Virou escândalo nacional.

Verba pela metade – O Governo Silval Barbosa ainda cortou pela metade a verba destinada à atenção básica de saúde nos municípios. Os recursos são destinados a garantir a eficiência da prevenção nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSFs). E reduziu a verba em 50% com total apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Calote – Durante um ano, Silval Barbosa atrasou o repasse dos recursos para os consórcios de saúde e também para as prefeituras. Muitas pessoas podem ter morrido à espera de atendimento e outras tantas submetidas a sofrimento que poderia ter sido evitado.

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Por Sandra Carvalho

Foto: Pedro Alves

Redação

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