O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse na manhã desta terça-feira (27), que a Força Aérea Brasileira (FAB) se precipitou ao expor o nome da fazenda Itamarati Norte, arrendada pelo grupo Amaggi, como local de decolagem de um avião com 634 quilos de cocaína pura. A aeronave foi interceptada pela FAB.
“Faltou um pouco de sensibilidade [da FAB], de entender que existe politica envolvido nisso, que existe uma empresa envolvida. Deveriam ter no mínimo aguardado o posicionamento do piloto, para depois dizer de onde saiu essa aeronave”, disse Maggi, em entrevista à Rádio Capital FM.
Maggi relatou também que passou o dia tentando dar explicações sobre o que “não fez" e o que "nem sabe se aconteceu”, uma vezque a fazenda em questão possui onze pequenas pistas de avião, que servem para apoio às atividades agrícolas.
Além disso, fica à uma hora de voo da Bolívia, o que faz com que este problema, segundo o próprio ministro, seja recorrente na região.
“Eu também não tinha certeza se uma dessas pistas tinha sido utilizada ou não para esse avião com cocaína, que veio da Bolívia. Mas já no final da tarde os pilotos foram presos e reportaram à Polícia Federal que eles não utilizaram nenhuma pista da fazenda Itamarati”, disse Maggi.
“Passamos um dia muito triste, muito chateado. Não sendo acusado, mas noticiado de que alguma coisa errada tinha acontecido em uma das propriedades do grupo André Maggi”, completou.
Os pilotos foram presos na cidade de Itapirapuã (GO) e informaram a Policia Federal que decolaram da Bolívia e que tinham como destino um município de Goiás. No entanto, a informação inicial é de que teria decolado da fazenda Itamarati Norte e tinha como destino Santo Antonio do Leverger (34 km de Cuiabá).
“Quando foi abatido, ele já estava no território de Goiás. Quer dizer então que não procedia nem o destino desse avião, nem a origem. Nós passamos o dia fazendo as devidas explicações”, disse.
Entenda o caso
O piloto e copiloto foram presos em Itapirapuã (GO), cidade que fica há 196 km de Goiânia (GO) e há 40 km do local do pouso do avião com a droga. Eles não tiveram as identidades reveladas pela Polícia Federal.
A abordagem ao avião se deu na tarde de domingo (25), quando a FAB contatou a aeronave solicitando que a mesma pousasse.
Os pilotos chegaram a desobedecer ao comando da Força Aérea, forçando-os a dispararem um tiro de advertência contra o avião. Após isso, a FAB comunicou a Polícia Militar de Goiás, que fez a apreensão, uma vez que o avião tucano da FAB não conseguia pousar no local.
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