Política

Maggi cede de distância de campanha e declara apoio a Mauro Mendes

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, cedeu de sua posição de não participar de campanha eleitoral neste ano e declarou apoio ao candidato Mauro Mendes (DEM). Em vídeo divulgado em redes sociais neste sábado (1º), Maggi aparece acompanhado de líderes da chapa democrática em churrasno em propriedade da família Maggi em Sapezal (477 km de Cuiabá) durante passagem do grupo pela cidade em roteiro de campanha. Maggi vem cedendo à manifestação de apoio a concorrentes há duas semanas quando aceitou gravar vídeo com declaração de apoio a Adilton Sachetti (PRB), amigo de longa data que disputa vaga no Senado.

Mas, ele se incomoda com participação em eventos com outros candidatos, por exemplo, os também candidatos ao Senado, Jayme Campos (DEM) e Carlos Fávaro (PSD), representantes do grupo de Mendes. “Estou recebendo nosso futuro governador Mauro Mendes, aqui em Sapezal. Na passagem estão aqui também o senador Jayme [Campos], o senador [Carlos] Fávaro. Vieram para fazer campanha e vim aqui para recepcioná-los na casa da Maggi. Tamos juntos”. 

O principal apadrinhado de Maggi ao Senado é Adilton Sachetti. O ministro tem se ocupado de modo assíduo com a campanha do deputado federal e já gravou dois vídeos de apoio ao candidato. Ele é um dos homens fortes do agronegócio na articulação de candidatos. 

Sem liberação de dinheiro

O apoio do ministro a candidatos deve se limitar a declarações de aprovação. A família Maggi, dona de grande complexo do agronegócio em Mato Grosso, decidiu não fazer doações a seus apadrinhados. Segundo o jornal Estado de S. Paulo, o ministro consultou a família e chegaram ao consenso de não interferir financeiramente na campanha, mostrando que deve realmente se manter distante da política a partir de 2019. 

“Essa foi uma decisão familiar. Ninguém da minha família ligada ao grupo Amaggi fará doação eleitoral este ano”, afirmou o ministro em nota ao Estado. Blairo justificou a decisão afirmando que doações eleitorais se tornaram um tema complicado no Brasil.  

“Quando faço doação, tem de explicar. Quando não faço, tem de explicar também. Isso mostra a situação complicada da política hoje no Brasil”, disse ele, que responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por caixa 2 na campanha de 2006. A acusação foi feita em delação por ex-executivos da Odebrecht. 

Nas campanhas de 2014, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Blairo Maggi doou, como pessoa física, R$ 250 mil para financiar a campanha de seu amigo e compadre Adilton Domingos Sachetti (PRB-MT), que foi eleito deputado federal e que, neste ano, tenta uma vaga no Senado.  

O Estado fez um levantamento sobre as doações que os Maggi fizeram a campanhas em 2014, apenas como pessoa física – nas eleições daquele ano, ainda era permitido também doação empresarial. O valor total chega a R$ 5,4 milhões, dos quais mais da metade – R$ 2,815 milhões – foram direcionados à campanha de Pedro Taques (PSDB) para o governo do Mato Grosso. Taques foi eleito e, neste ano, tenta a reeleição.  

A decisão de Blairo não se estende a alguns membros da família que controlam outras empresas. Elizeu Zulmar Maggi Sheffer, primo de Blairo e dono do Grupo Scheffer, transferiu R$ 10 mil para a campanha de Ícaro Francisco Severo (PSDB) a deputado estadual pelo Mato Grosso. Filho de Elizeu, Guilherme Mognon Sheffer colocou R$ 100 mil na campanha de Carlos Fávaro (PSD), que tenta uma das vagas ao Senado pelo Estado.  

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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