Foto: Antonio Araujo-Assessoria
Com Felipe Leonel
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), demonstrou confiança no governo do presidente Michel Temer (PMDB) e, mesmo após o escândalo envolvendo o nome do peemedebista e os donos do grupo JBS, afirmou que continua na equipe ministerial da presidência.
Segundo o ministro, que estava em viagem à Árabia Saudita quando o jornal “O Globo” revelou o teor de parte da delação firmada por um dos donos da JBS, Joesley Batista, à Procuradoria-Geral da República (PGR), mesmo com a pressão popular para a saída do presidente, Temer irá conseguir se manter no poder e dar continuídade as reformas, como da Previdência e Trabalhista.
“Meu partido está na base e vai continuar na base. O presidente tem outros partidos também, que vão permanecer. Tem que esperar os acontecimentos que virão pela frente. Mas, a ideia é permanecer no Governo. Auxiliar o Governo a passar esse momento de turbulência e esperar que o Temer consiga reorganizar suas forças no Congresso [Nacional]", disse à imprensa, durante um seminário de Agronegócios, em Cuiabá, na manhã desta quinta-feira (25).
“Força popular o Governo já não tinha. Desde a posse do presidente Temer nós sabíamos que não éramos dubitáveis. Agora, se ele conseguir reorganizar a base no Congresso dá para fazer as reformas”, completou.
Manifestação na Esplanada
Maggi ainda condenou os atos realizados na Esplanada do Ministério, em Brasília, nesta quarta-feira (24). Durante manifestação pedindo a renúncia de Temer, prédios de alguns Ministérios, como o da Agricultura, foram alvo de depredação e até de ateamento de fogo.
Para o ministro, o momento não permite "radicalização".
“É um momento difícil, que não pode deixar que haja radicalização. Entendo todas as partes. Do que um quer e do que O outro não quer. Mas, acima de tudo, está o interesse do Brasil. Temos que ter muita paciência, muita conversa, para não deixar esse negócio de correr para um lado que não vai ser bom pra ninguém”, declarou.
Sobre o ataque ao prédio da Agricultura, ele relatou que trabalhava no local desde as 8h.
“Eu estava desde cedo, cheguei de viagem com o fuso [horário] trocado e passei o dia lá. Estava acompanhando a movimentação. Na parte da tarde nós começamos a observar que a coisa estava saindo um pouco de controle. Muitas pedras, quebra de vidros”, contou.
“De repente quebraram e botaram fogo na recepção, nos sofás, nos auditórios e aí começou a fumaça preta. Foi então que realmente todo mundo saiu correndo. Porque ninguém sabia o que poderia acontecer. Mas, saíram com segurança sem problemas”, disse.
O ministro disse que mesmo entendendo o direito de manifestação das pessoas no País, ficou chocado com toda a situação.
“Todos nós ficamos muito chocados. Não se esperava isso. O que se tinha era uma manifestação que deveria ser pacífica, ordeira. Todos têm direito de se manifestar no Brasil, mas passar para o vandalismo do jeito que passou lá, passou muito da conta. Inclusive, com perigo de vida das pessoas que estavam lá", pontuou.
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