Nacional

Mãe de estudante morto em assalto participa de protesto no Rio

Cerca de 100 pessoas faziam uma manifestação pela morte do jovem Alex Schomaker Bastos, de 23 anos, morto em uma tentativa de assalto perto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na Urca, Zona Sul do Rio. Com faixas e camisas com os dizeres "Eu sou o Alex", amigos e parentes do jovem interditavam parcialmente a Rua General Severiano, em Botafogo, Zona Sul do Rio, na manhã deste domingo (11).Emocionada, a professora de português e mãe do jovem, Mausy Bastos, sentou no ponto de ônibus onde o filho foi morto na quinta-feira. Ela também levava um cartaz lembrando Alex.

Amigos, colegas de trabalho e parentes montaram um carro de som na rua para falar sobre o crime. Mausy desabafou sobre a violência e os problemas sociais do Brasil."Toda vez que a nossa língua é desprezada o povo é desprezado. O Hino Nacional não pode ser cantado só no Maracanã, a gente tem que cantar por ter orgulho do nosso país. A gente precisa trocar as armas por livros", disse.

Familiares também falaram sobre a descrença com o fim da violência na cidade. "Eu não acredito que as autoridades vão fazer algo. Não tenho mais esperanças, mas nós estamos aqui seguindo o script de quem perdeu uma pessoa querida", disse Olívia Bastos, irmã de Alex.

Os participantes do protesto também distribuíram rosas brancas a quem passava pela rua. O ato terminou com um abraço coletivo ao ponto de ônibus onde o estudante foi atingido pelos criminosos. O trânsito na Avenida Venceslau Brás ficou interditado por poucos instantes com  apoio de guardas municipais.Professores do departamento de Biologia da UFRJ, curso que Alex estava terminando neste semestre, se mostraram insatisfeitos pela falta de apoio da cúpula da universidade no protesto. "É lamentável que os reitores desta universidade não estejam aqui nesta manifestação", disse um magistrado.

Investigação
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil está investigando o caso. Agentes identificaram câmeras de segurança que podem ter flagrado a ação. A delegacia informou que ainda aguarda os resultados dos laudos da perícia.Também estão sendo tomados depoimentos de testemunhas do crime. Em um deles, uma testemunha contou que dois homens chegaram em duas motos em direção à junção da Avenida Wenceslau Bráz e da rua General Severiano.

Segundo o relato, eles deram a volta pela ciclovia próxima e abordaram Alex Schomaker, que estava com uma mochila, e roubaram sua carteira e seu celular. Quando os homens nas motos guardavam os pertences da vítima na mochila que levavam na moto de trás. De acordo com o depoimento, Alex partiu pra cima de um dos homens em cima da moto, agarrando-o pela cintura.Ao ser golpeado, o homem que estava na moto da frente teria disparado três tiros em Alex, que acabou andando para trás com os disparos. O outro homem em cima da moto teria gritado: "Mata! Mata logo esse filho da p…". Logo depois, foram disparados mais três tiros e foram embora.

O crime
Segundo a polícia, ele reagiu ao assalto e foi baleado com cinco tiros. A ação ocorreu pouco depois das 21h, quando o estudante estava saindo do campus da universidade. Alex foi baleado depois que dois homens apareceram em duas motos, pediram a mochila dele e ele reagiu. Uma testemunha, que preferiu não se identificar, contou que levou um susto quando ouviu os disparos.De acordo com os agentes, os criminosos fugiram sem levar nada. Alex foi socorrido por funcionários do Hospital Municipal Rocha Maia, que fica a poucos metros dali. Mas, por causa da gravidade dos ferimentos, ele precisou ser transferido aqui para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, onde morreu poucos minutos depois.

G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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