A história de Mãe Bonifácia, símbolo de luta contra a escravidão e da força da mulher negra, será contada no cinema em um longa-metragem que levará seu nome. A renomada atriz Zezé Motta interpretará a personagem histórica, trazendo sua experiência e representatividade para a produção. As filmagens estão previstas para começar ainda este ano e prometem movimentar o cenário audiovisual de Mato Grosso.
Com produção executiva de Rosivania Reichert, da Produtora Artimagem, e direção de Salles Fernandes, o projeto foi aprovado no Edital de Produção Audiovisual da SECEL-MT e conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo, além do apoio da Prefeitura de Sorriso. O filme busca resgatar a história da líder quilombola que ajudava escravos fugidos a encontrarem refúgio e, ao mesmo tempo, desmistificar sua trajetória, frequentemente envolta em lendas.
O diretor Salles Fernandes, reconhecido por curtas que resgatam a cultura mato-grossense, como O Minhocão do Pari – A Origem da Lenda e Tereza de Benguela, destaca a importância de dar visibilidade a figuras históricas do estado. Para ele, contar a história de Mãe Bonifácia é uma forma de resgatar a memória regional e nacional. “Estamos provocando, dando luz a essa história tão rica que o nosso estado tem, através do cinema”, afirma.
A escolha de Zezé Motta para o papel principal foi natural para a produção, que buscava uma intérprete com forte conexão com a luta e representatividade negra. A atriz, conhecida por seu engajamento e trajetória marcante no cinema e na televisão, foi vista como a escolha ideal para dar vida à protagonista. O filme pretende equilibrar fatos históricos e ficção, respeitando o legado oral que manteve viva a memória de Mãe Bonifácia ao longo dos séculos.
A expectativa é de que o longa traga um impacto significativo, tanto para a cultura de Mato Grosso quanto para o Brasil, reforçando a importância de reconhecer figuras femininas corajosas que marcaram a história. O diretor espera que o filme se torne uma referência e seja utilizado como material educativo, assim como aconteceu com sua obra sobre Tereza de Benguela. “Temos mulheres incríveis na nossa história, e trazer essas figuras do passado nos anima e nos dá muita vontade de continuar contando essas histórias”, conclui.