O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro afirmou que os assassinatos do deputado governista Robert Serra e de sua companheira em sua casa em Caracas foram um "ataque premeditado e calculado" para desestabilizar a Venezuela, país que é cenário de uma forte polarização política.Maduro, visivelmente afetado, afirmou durante uma homenagem a Serra que as investigações "avançaram mais do que poderia informar no momento" e que os responsáveis estão perto de serem identificados.
Apesar de não ter afirmado de maneira direta, o presidente deu a entender que o crime teria motivações políticas."Além do assassinato físico por ódio, por vingança, para tirar do caminho e enviar uma mensagem de ódio à juventude que se levanta, o que mais está por trás, temos que perguntar", disse Maduro.Ele citou as ações das últimas semanas contra o que descreveu como "terroristas" ligados à,"ultra-direita venezuelana e grupos paramilitares colombianos" que têm planos para levar a violência a Venezuela.
"Acreditamos que não foi um fato ao acaso. Estamos na presença de um homicídio intencional, planejado, executado com grande precisão. Sem dúvida, sua morte obedeceu a uma encomenda macabra", denunciou o ministro venezuelano do Interior e da Justiça, Miguel Rodríguez Torres."Em curto prazo, a Promotoria encontrará os autores materiais e intelectuais", acrescentou, pedindo que a oposição venezuelana não 'faça do caso um show midiático'.Após a divulgação da notícia, Maduro e dirigentes da oposição condenaram os assassinato do deputado Robert Serra e de sua companheira, María Herrera.
"Uma dor imensa nos invade com o assassinato de Robert Serra, líder Bolivariano e Chavista, que Deus te eleve a sua Glória", escreveu Maduro, em sua conta no Twitter.Na mesma rede social, o presidente da Assembleia Nacional e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, advertiu que os culpados serão encontrados e a justiça será feita.O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, também expressou sua condenação ao crime no Twitter. "A morte de qualquer venezuelano merece nossa mais enérgica rejeição, é clamor nacional que acabe a violência, paz à alma do Deputado Robert Serra", escreveu.Serra, de 27 anos e membro do Partido Socialista da Venezuela (PSUV), no poder, e Herrera, que também era sua assistente foram assassinados na noite de quarta-feira, em um bairro do oeste de Caracas.
As autoridades afirmaram que o crime será investigado de forma rápida e pediram calma à população diante "dessa monstruosidade".Serra era advogado formado na Universidade Católica Andrés Bello e ganhou notoriedade nos 2007 e 2008, ao integrar a liderança do movimento estudantil que apoiou o falecido ex-presidente Hugo Chávez.Havia sido eleito deputado em 2010 pelo Distrito Capital.Seus restos serão velados na sede da Assembleia Nacional em Caracas, mas detalhes do enterro ainda não foram divulgados.
A Venezuela é um país muito atingido pela violência, com um índice de homicídios que se situa entre 39 e 79 para cada 100 mil habitantes, segundo números do governo e das ONGs, respectivamente.As Nações Unidas consideram a Venezuela o segundo país mais violento do mundo, superado apenas por Honduras. A maioria das vítimas e dos assassinos é de jovens entre 14 e 25 anos.Segundo os especialistas, a impunidade, que deixa 92 em cada 100 homicídios sem solução, é o principal incentivo dos criminosos na Venezuela.
G1