Família usa pasta de dente no rosto como proteção contra o gás lacrimogêneo. Dezenas de pessoas ficaram feridas na fronteira da Grécia com a Macedônia neste domingo (10) (Foto: Bulent Kilic/AFP)
Dezenas de migrantes ficaram feridos neste domingo (10) em Idomeni, quando a polícia da Macedônia usou gás lacrimogêneo contra um grupo de pessoas que tentaram forçar a barreira na fronteira a partir da Grécia, afirmou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).
De acordo com a agência France Presse, ao menos 260 migrantes ficaram feridos no incidente.
"Quase 300 pessoas ficaram feridas, das quais 200 foram socorridas por nossa unidade médica por problemas respiratórios, 30 por ferimentos provocados por balas de borracha e 30 por outras lesões", disse à AFP Achilleas Tzemos, diretor da ONG no campo de migrantes de Idomeni.
"Dezenas de pessoas ficaram feridas, sofrem sobretudo problemas respiratórios. Três delas foram levadas para o hospital de Kilkis", uma cidade próxima do norte da Grécia, declarou à AFP Achileas Tzemos.
Tzemos afirmou ainda que alguns migrantes ficaram feridos por balas de borracha, mas a polícia macedônia negou o uso deste tipo de material.
"Utilizamos produtos químicos autorizados e nenhum tipo de bala", declarou à AFP Liza Bendvska, porta-voz da polícia macedônia.
A polícia da Macedônia afirmou que três agentes ficaram levemente feridos no incidente.
"Os policiais usaram gás para sua proteção e para proteger a fronteira quando um grupo de migrantes tentou destruir um alambrado na fronteira", afirmou à AFP Toni Angelovski, porta-voz do ministério do Interior.
Os incidentes começaram de manhã, quando alguns dos 500 migrantes que exigiam a abertura da barreira tentaram forçar o alambrado. Eles jogaram pedras contra os policiais macedônios, que responderam com gás lacrimogêneo.
Os migrantes protestaram depois dos boatos dos últimos dias de que a Macedônia abriria a fronteira
Há um mês, mais de 11.000 refugiados acampam em condições miseráveis na fronteira e pedem sua abertura.
A fronteira permanece fechada desde o início de março, quando os países da chamada rota dos Bálcãs, pelos quais passavam os migrantes a caminho da Alemanha ou do norte da Europa, decidiram fechar suas portas.
O governo grego tentou convencer os migrantes de Idomeni a seguir para os centros de abrigo da região, mas não obteve o resultado esperado. Muitos preferiram permanecer em Idomeni, à espera da Macedônia eventualmente abrir a fronteira.
Fonte: G1