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Lula tenta repetir movimentos de acrobata durante exibição na França

Em seu segundo dia de participação em eventos na França, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado pelo presidente da França, Emmanuel Macron, abriu a exposição do artista brasileiro Ernesto Neto em Paris.

A mostra faz parte da programação do Ano do Brasil na França, temporada de atividades culturais que vai de abril a setembro, e é realizada no Grand Palais, importante pavilhão de exposições em Paris.

Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, e da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, o presidente brasileiro inaugurou uma instalação de Ernesto Neto, um dos artistas plásticos brasileiros mais conhecidos no exterior.

Na sequência da exposição, Lula tirou o sapato e o paletó, e subiu em um tablado da exposição para tentar replicar os movimentos acrobáticos de uma parte da mostra.

Ao lado de Macron, Lula percorreu a exposição e passou pela imponente obra “Nosso Barco Tambor Terra”, composta de 5.735 metros de chita cortados em tiras e amarrados.

Título em universidade

Mais cedo, a Universidade Paris 8 concedeu o título de doutor “honoris causa” ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por “sua trajetória fora do comum”. Alguns professores, no entanto, criticaram o chefe de Estado brasileiro por seu “apoio” à Rússia.

Criada na esteira das rebeliões estudantis de maio de 1968, Paris 8 é uma universidade renomada pelos cursos de ciências humanas. Nela lecionaram nomes como o filósofo Michel Foucault e o psicanalista Jacques Lacan.

A homenagem da universidade acontece durante a primeira viagem de Estado à França de um presidente brasileiro desde 2012 e durante o ano cultural França-Brasil.

Lula recebeu a distinção que também reconhece sua política universitária, entre aplausos do público presente na universidade localizada em Saint-Denis, ao norte de Paris, em um dos departamentos mais pobres da França.

“Em várias partes do mundo, a extrema direita voltou a atacar as universidades (…) ciência. Em tempo de desinformação e negacionismo, o saber deve ser protegido como instrumento de um bem comum”, afirmou o presidente do Brasil.

O ex-sindicalista de 79 anos, que lembrou ser o “único presidente” da história do Brasil que não teve diploma universitário, recebeu desta maneira sua segunda distinção do tipo na França, após a concedida em 2011 pela prestigiosa universidade Sciences Po.

“Que universidade melhor do que a nossa, que permitiu àqueles que estavam excluídos, sem formação de Ensino Médio, trabalhadores, ingressarem na universidade, deveria reconhecer sua trajetória fora do comum?”, destacou a ex-reitora de Paris 8 Annick Allaigre.

Um pequeno grupo de professores, no entanto, criticou em um artigo publicado no jornal Libération a concessão do reconhecimento a Lula, que, desde a invasão russa da Ucrânia, “não deixou de equiparar o agressor ao agredido”.

“A entrega deste doutorado ‘honoris causa’ a um apoiador de Vladimir Putin, especialmente nestas horas terríveis que a Ucrânia vive, aparece como uma mancha na história de nossa universidade”, escreveram no artigo publicado na terça-feira.

Em seu discurso, Lula voltou a afirmar que “não é possível permanecer indiferente ao absurdo da guerra na Ucrânia e do genocídio do povo palestino em Gaza”.

“As universidades e o movimento estudantil seguirão como voz da resistência intelectual aos horrores cometidos em todas as guerras”, completou.

Estadão Conteudo

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