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Lula chama isenção de IR de ‘quase um 14º salário’ e sugere TV nova para a Copa

A um ano das eleições, o presidente Luiz Inácio do Lula da Silva afirmou que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será “quase um 14ª salário”. Em pronunciamento em rádio e TV, neste domingo, Lula sugeriu que os contemplados pela medida podem usar a “renda extra” para quitar uma dívida ou comprar uma televisão com tela maior para ver a Copa do Mundo de 2026.

“A partir de janeiro do ano que vem, o que hoje é desconto no contracheque vira dinheiro extra no bolso. Para viajar com a família. Comer o que mais gosta. Comprar presentes de Natal para os filhos. Quitar uma dívida. Adiantar uma prestação. Comprar uma televisão com tela maior para ver a Copa do Mundo no ano que vem”, disse Lula.

A lei de isenção do IR foi sancionada pelo presidente na quarta-feira, 26, e foi uma promessa de campanha do petista. Ao longo do pronunciamento, Lula evitou usar a palavra “isenção” e preferiu falar em “”zero de imposto de renda”, mesmo termo que foi utilizado na divulgação do pronunciamento. “Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa com salário de R$ 4,8 mil pode fazer uma economia de R$ 4 mil em um ano. É quase um 14º salário”, disse.

Lula defendeu que a medida visa atacar a desigualdade no País e destacou que, além de aumentar a faixa de isenção, a lei prevê uma taxação mínima de 10% para os super-ricos, que frisou serem 0,1% da população. “Mais do que uma correção da tabela do imposto de renda, a nova lei ataca a principal causa da desigualdade no Brasil: a chamada injustiça tributária”, declarou.

Ele voltou a usar um discurso contra os mais ricos e disse que, ao longo de 500 anos de história, a elite brasileira acumulou “mais e mais privilégios” e que, entre eles, “talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos IR do que a classe média e os trabalhadores”.

Lula disse que, hoje, quem “vive do suor do seu trabalho e constrói de fato a riqueza deste País” paga até 27,5% em IR, já “quem vive de renda” paga apenas 2,5%, em média. “Quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior, coleciona carros importados, jatinhos particulares e jet-skis, paga dez vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira.”

O presidente classificou a situação como “inaceitável” e disse que “era preciso mudar”. Acrescentou que a mudança no IR é um passo decisivo para transformar a realidade da desigualdade no Brasil, mas que foi apenas o primeiro.

“Podem ter certeza de que não vamos parar por aí. O que nós queremos é que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz com o suor do seu trabalho. Seguiremos firmes combatendo os privilégios de poucos para defender os direitos e as oportunidades de muitos.”

Estadão Conteudo

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