O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) avisa que vai votar contra o projeto de lei que autoriza o Estado a transferir a dívida do Bank of America para o Banco Mundial. O petista diz ter consciência de que o governador Mauro Mendes (DEM) tem maioria na Assembleia e que, diante da possibilidade de aprovação do projeto, vai mobilizar a bancada de oposição para que os recursos que não serão pagos sejam direcionados para saúde, educação e segurança.
“Ainda tem muita coisa que precisa ser esclarecida, eu vou esperar todas as tabelas para tentar entender se há de fato economia ou não, porque uma coisa é trabalhar com o termo técnico que é valor presente líquido e outra coisa é o desembolso real final do empréstimo”, pontua o deputado.
Lúdio Cabral faz uma conta: “3,5% ao ano durante 20 anos são 70% a mais. O juro é composto, então vai chegar a quase 100% de juros e o empresto em dólar, e o dólar tá em alta. Na prática o Mauro Mendes vai deixar de pagar uma dívida de 1 bilhão de reais que ele tem que pagar no mandato dele, para pagar só 300 milhões de reais, e vai deixar no mínimo mais 1 bilhão para os próximos governos”.
O petista afirma que vai estudar mais os detalhes por entender que o empréstimo não é benéfico para o Estado e por isso alertou ao presidente da Mesa Diretora da AL, deputado Eduardo Botelho (DEM), que o projeto de lei deva tramitar sem pressa, dando assim mais segurança para que os deputados que são da base do governador possam propor uma emenda para amarrar os R$ 700 milhões que o Estado deixará de pagar a investimentos em ações que sejam prioritárias, como saúde, educação e segurança.
“Mas se persistir na lógica fiscalista neoliberal fecha a porta de mato grosso”. Vamos analisar como será o comportamento da base do governo e da mesa diretora. Foi a sugestão que eu fiz a bancada. Se eles têm votos para aprovar o projeto, é possível na lei comprometer o recurso que deixará de ser pago até 2022”, reforçou o petista.