Fotos: Chico Ferreira e Marcus Vaillant/A Gazeta
Ao contrário do que muitos esperavam, o debate realizado pela TV Record Cuiabá, na noite desta sexta-feira (26), não foi de grandes enfrentamentos. Participaram do encontro, os candidatos Pedro Taques (PDT), Lúdio Cabral (PT), Janete Riva (PSD) e José Roberto (PSOL). Logo na abertura, o jornalista e mediador Antônio Carlos Silva, explicou que o humanista José Marcondes ‘Muvuca’ não participaria do debate já que teve seu registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não sendo, portanto, considerado candidato, no entendimento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). .
A ausência do candidato do PHS pode ter sido também um dos motivos que deixaram o embate um tanto quanto ‘frio’, já que Muvuca tem como uma de suas principais características, os ataques e as perguntas ‘ácidas’ feitas aos adversários.
Os momentos de maior tensão foram protagonizados por Pedro Taques e Lúdio Cabral, especialmente nas ocasiões em que faziam perguntas um ao outro. Ambos aproveitavam para ‘alfinetar’ e expor aquilo que consideram ser as contradições do adversário.
Participando de seu primeiro debate, já que entrou na disputa após o candidato José Riva (PSD) também ter sido barrado pelo TSE, a social democrata Janete Riva mostrou algumas de suas propostas ao longo de embate. Demonstrando certo nervosismo, a candidata optou por não entrar em polêmicas e focou na apresentação de seu Plano de Governo.
José Roberto (PSOL) seguiu a mesma linha e, nem desferiu, tampouco recebeu ataques pesados.
Obras da Copa e Gestão Silval
As falhas e atrasos relacionados às obras da Copa em Cuiabá foram o primeiro assunto do debate. Pedro Taques, o primeiro a perguntar, escolheu de cara, seu maior adversário – segundo apontam as pesquisas de intenção de votos -, o petista Lúdio Cabral.
Taques alegou que as falhas e erros em obras de mobilidade na Capital são quase que criminosas. O pedetista quis saber de Lúdio, suas propostas para melhorar o transporte público e a mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande.
“Ainda no período de transição do Governo, faremos um levantamento do andamento e estágio das obras, a fim de identificar erros, responsabilizar agente público ou privado que tenha cometido o erro, para no início da gestão anunciarmos cada uma das medidas a serem tomadas. O petista disse ainda, que irá assegurar o prazo para o cumprimento de todas aquelas obras que não estiveram concluídos. “A principal obra, o VLT, faremos todo esforço para conclusão no menor tempo, com qualidade necessária”, alegou ele.
Taques, por sua vez, lembrou que, embora já tenha recebido mais de R$ 1 bilhão, a obra do VLT segue sem previsão de conclusão. “Os vagões estão parados e ficando obsoletos, conforme avaliou o TCE”, disse. Lúdio voltou a acusar Taques de ter torcido contra as obras da Copa em Cuiabá.
Em alguns momentos, Taques chegou a afirmar que além de erros nas obras da Copa, houve rombo. O candidato do PDT, ainda aproveitava seus momentos de questionar ou responder as perguntas, para associar Lúdio à atual gestão do Estado, a do governador Silval Barbosa (PMDB).
“O senhor representa a atual gestão e esconde o apoio do governador Silval Barbosa. Inclusive, entrou na Justiça para que eu não fizesse associação do seu nome ao dele. Porque não podemos falar o nome do seu governador? O candidato do PT está escondendo o Silval em baixo do tapete, embaixo do trilho”, ironizou Taques.
Candidato dos milionários
Sobre as doações, Taques rebatia dizendo que, os mesmos grupos, também fizeram doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff. “Quer dizer que prá lá pode milionário, aqui não pode? Estas doações, também favorecerem você candidato, que recebeu dinheiro da executiva nacional do partido”, afirmou o pedetista.
E se de um lado Taques associava Lúdio ao governo atual, de outro, o petista fazia a ligação do adversário a nomes antigos na política de Cuiabá e de Mato Grosso e que inclusive, já tiveram seus nomes envolvidos em polêmicas e escândalos.
“O senhor é apoiado por Wilson Santos, por Mauro Mendes, pelo Luiz Antonio Pagot – a quem o senhor já chamou de mafioso, mas hoje anda mãos dados, da Família Campos, da turma PSDB, do Chico Galindo, que privatizou a Sanecap”, enumerou o petista.
‘Mais do mesmo’
Além disto, os dois candidatos ainda voltaram a trocar farpas por assuntos já 'batidos', como o ‘desafio’ da quebra dos sigilos fiscal e bancário e apoios de envolvidos na Operação Aratah, como Eder Moraes – que figura como um dos réus no processo – e o empresário Júnior Mendonça.
Bolsa Família Estadual x Assistencialismo
Participando pela primeira vez de um debate entre os postulantes ao Palácio Paiaguas, a candidata Janete Riva dedicou boa parte de seu tempo, para falar sobre a proposta de crianção do programa Bolsa Família Estadual, apontada como uma de suas principais bandeiras de campanha e que disponibilizará às famílias atendidas pelo programa nacional – Bolsa Família – mais R$ 70, além daqueles R$ 70 eu elas recebem.
Em um dos poucos momentos em que criticou seus adversários, José Roberto classificou como ‘assistencialismo barato’ a proposta defendida pela candidata. “Não se trata de assistencialismo, mas sim de dar dignidade as famílias que vivem em um Estado que e produtor de grãos, mas que falta o arroz e o feijão para as famílias”, rebateu ela.