Agronegócio

Lucro líquido da JBS no 2º trimestre cai 79,8% e fica em R$ 309,8 milhões

A JBS reportou lucro líquido de R$ 309,8 milhões no segundo trimestre de 2017, resultado 79,8% inferior à igual período do ano passado, em que o resultado totalizou R$ 1,536 bilhão, impulsionado principalmente pela variação cambial da época.

Apesar dos eventos como a Operação Carne Fraca e as delações dos irmãos Batista, diretores da JBS e J&F, a empresa teve um resultado operacional satisfatório. "Tivemos no segundo trimestre de 2017 um bom desempenho operacional", afirmou o CEO global da JBS, Wesley Batista, em relatório. Para o executivo, o resultado do trimestre é "uma clara demonstração da qualidade de nossas unidades de negócios ao redor do mundo".

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da JBS entre abril e junho foi de R$ 3,757 bilhões, com aumento de 29,9% ante o segundo trimestre de 2016 (R$ 2,892 bilhões). A margem Ebitda ficou em 9%, frente a 6,6% em igual intervalo do ano passado. As operações internacionais impulsionaram esse crescimento, principalmente as nos Estados Unidos.

A receita líquida alcançou R$ 41,674 bilhões, uma queda de 4,6% no comparativo anual, ante R$ 43,671 bilhões, em função da redução da receita da Seara e da JBS Mercosul em 6,1% e 14,2%, respectivamente. A empresa citou também como um dos motivos para a queda da receita a valorização do real, que passou de R$ 3,51 no segundo trimestre de 2016 para R$ 3,21 no segundo trimestre deste ano.

No segundo trimestre de 2017, cerca de 73% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 27% vieram de exportações, segundo a empresa.

Como uma consequência da Operação Carne Fraca da Polícia Federal, a JBS paralisou as atividades de 10 unidades de abates de bovinos no fim de março. Durante o trimestre, a JBS suspendeu também a compra de gado com pagamento à vista. Na sequência, a delação dos irmãos Batistas, que começou a ser divulgada no dia 17 de maio, abalou a imagem da empresa.

Do lado positivo, a queda do preço doméstico do milho e do gado foram favoráveis às margens da empresa. As operações internacionais da JBS também trouxeram bons resultados. A Pilgrim's Pride, controlada pela JBS com atuação nos Estados Unidos, aumentou seu lucro líquido em 53% no período. As vendas da JBS nos EUA representam cerca de 50% do total da empresa, enquanto o Brasil (incluindo as exportações) responde por 25%.

A JBS encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de R$ 50,375 bilhões, ante R$ 47,806 bilhões no primeiro trimestre do ano. A alavancagem ficou em 4,16 vezes, ao final de junho, ante o registrado no primeiro trimestre deste ano de 4,23 vezes. A porcentagem da dívida de curto prazo em relação à dívida total ficou em 30% no período, dos quais 72% são linhas lastreadas às exportações das unidades brasileiras.

A demonstração de resultados da empresa não foi auditada, como a empresa já havia anunciado na semana passada. Segundo a JBS, a conclusão do trabalho de auditoria independente dependerá dos resultados das investigações dos fatos relacionados ao acordo de leniência fechado pela companhia e por seus controladores com o Ministério Público Federal (MPF).

Redação

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