A Ambev encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 3,8 bilhões, praticamente em linha com o mesmo período do ano anterior. A estabilidade do resultado reflete a combinação entre o forte crescimento operacional e impactos negativos do resultado financeiro e da carga tributária no Brasil.
Segundo a companhia, o início do ano foi “sólido”, sustentado pela continuidade do crescimento das receitas, expansão das margens e disciplina na gestão de custos e despesas. O volume consolidado cresceu 0,7%, com destaque para os mercados do Brasil e América Latina Sul, que compensaram quedas na América Central, Caribe e Canadá.
A receita líquida totalizou R$ 22,5 bilhões no trimestre, uma alta de 6,7% no conceito orgânico, impulsionada principalmente por aumentos de preço. A receita líquida por hectolitro (ROL/hl) subiu 5,9%.
Já o Ebitda ajustado cresceu 12,7% na comparação anual, alcançando R$ 7,4 bilhões, com expansão de 180 pontos-base na margem, para 33,1%. “O resultado foi impulsionado por ganhos de eficiência, menor pressão de commodities e câmbio, e alocação mais eficiente de recursos”, afirmou a Ambev em release.
Apesar do avanço operacional, o lucro da Ambev foi pressionado por um aumento de R$ 450 milhões no resultado financeiro líquido, que somou R$ 856,4 milhões no trimestre, e pela maior carga tributária no Brasil, impactada por efeitos não recorrentes no comparativo com o primeiro trimestre de 2024. A alíquota efetiva de impostos subiu de 15% para 21,7%.
Outros destaques do balanço incluem o aumento de 67,6% no fluxo de caixa das atividades operacionais, que somou R$ 1,2 bilhão, e o anúncio de dividendos intermediários de aproximadamente R$ 2 bilhões, a serem pagos em julho. O lucro por ação ajustado (LPA) ficou em R$ 0,24, com leve avanço de 0,4%.
A companhia fechou março com uma posição de caixa líquido de R$ 17,1 bilhões, mesmo após investimentos que somaram R$ 921,3 milhões no trimestre, valor 5,2% superior ao registrado em igual período de 2024. A alavancagem segue controlada, refletindo a forte geração de caixa e a estrutura conservadora de capital da empresa.