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Lotados, hospitais de Katmandu, no Nepal, chegam ao limite

Os hospitais de Katmandu estão no limite de sua capacidade, mas feridos de outros distritos do Nepal continuam chegando em busca de atendimento após o terremoto que devastou o país no último sábado (25).

Mais de 5 mil pessoas morreram e 11 mil ficaram feridas após o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o país. O tremor também deixou quase 100 mortos na Índia e China. A ONU calcula que 8 milhões de habitantes foram afetados pelo terremoto.

À medida que melhoram as comunicações com a capital, as autoridades vão conhecendo a magnitude da catástrofe em outras regiões nepalesas. O fluxo de vítimas com sérios ferimentos em direção aos hospitais de Katmandu não para de aumentar, informa nesta quarta-feira (29) o jornal local "Kantipur".

"O hospital já está lotado pelo número de pacientes, mas pessoas que moram além do Vale (de Katmandu) continuam chegando", afirmou ao jornal o diretor do Hospital Bir, o principal centro médico da capital, Swoyan Prash Pandit.

Mais de 200 pacientes estão no departamento de traumatologia da unidade, e foram mobilizados 300 médicos para atendê-los, de acordo com o diretor, que pediu a chegada imediata de ajuda, pois o hospital está a ponto de ficar sem remédios e outros materiais.

"Não precisamos de dinheiro. Enviem-nos um bom material médico e remédios", disse Pandit, acrescentando que a maior parte dos pacientes chega com cortes na cabeça e ossos fraturados.

Situações similares são registradas em outros centros de saúde da capital.

"Nosso departamento de urgência e emergência tem capacidade para 70 pacientes. Já admitimos 80 que estão em estado grave", afirmou o diretor do Hospital Universitário Tribhuvan, Deepak Mahara.

"Quase todos os remédios estão esgotados. Os materiais também estão prestes a acabar, sobretudo gazes e antibióticos", completou.
O Ministério da Saúde do Nepal informou que em breve enviará o material médico necessário para os hospitais da capital.

A catástrofe colocou no limite um país muito pobre e com um frágil governo. Na segunda-feira (27), o primeiro-ministro, Sushil Koirala, reconheceu que a resposta dada pelas autoridades ao terremoto não foi adequada.

O tremor de sábado foi o de maior magnitude registrado no Nepal em quase 80 anos, além de ter sido o pior que atingiu a região desde 2005, quando um tremor matou mais de 84 mil pessoas na Caxemira, na vizinha Índia.

Irritação
A polícia antidistúrbios do Nepal teve que atuar nesta quarta para conter os habitantes que desejavam deixar Katmandu, em um cenário de muita irritação com a falta de ônibus prometidos pelas autoridades.

Os agentes foram enviados para o principal terminal rodoviário da cidade, onde uma multidão estava reunida com a esperança de usar o serviço especial prometido pelo governo.

Moradores e policiais entraram em conflito quando os habitantes perceberam a ausência de ônibus adicionais.
"Estamos esperando desde o amanhecer. Afirmaram que havia 250 ônibus, mas não vimos nenhum", disse Kishor Kavre, um estudante de 25 anos.

"Temos pressa para ir para cara e encontrar nossas famílias, mas não temos ideia de quando os ônibus estarão aqui. Acredito que o governo tem dificuldades", completou.

Centenas de milhares de pessoas continuam dormindo nas ruas depois que suas casas foram destruídas pelo terremoto de sábado ou ficaram a ponto de desabar.

Dificuldade de acesso
Isso é complementado pela dificuldade de acesso a áreas remotas que foram atingidas. O governo do Nepal afirmou que ainda não pode avaliar a magnitude da tragédia nem quantificar o número total de mortos.

"Não somos capazes de quantificar a situação já que regiões inteiras foram afetadas em locais remotos. Não sabemos quantas pessoas estavam lá quando o terremoto ocorreu", disse à Agência Efe o porta-voz do Ministério do Interior, Laxmi Prasad Dhakal.

De acordo com o porta-voz, 1.200 feridos foram transportados de helicóptero para Katmandu para receber atendimento médico. As equipes de emergência trabalham nas estradas que foram bloqueadas após o tremor de magnitude 7,8 que castigou grande parte do vale central do país asiático.
Os trabalhos de resgate continuam sendo atrapalhados pelo mau tempo e pela falta de capacidade do país em responder um desastre de tal magnitude, enquanto o tempo para encontrar sobreviventes está praticamente se esgotando.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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