O líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), ironizou a iniciativa da sua colega, Janaína Riva (PMDB), em propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar o suposto rombo de R$ 700 milhões e possíveis irregularidades no Fundo Previdenciário do Estado de Mato Grosso (MT-Prev).
Dilmar disse que a CPI será positiva, mas deve mostrar irregularidades cometidas na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e do grupo político da própria parlamentar. O que, de acordo com o líder, poderá ser "um tiro no pé" da depoutada de oposição.
“Acho que vai prejudicar bastante [o grupo político da Janaina]. Acredito que é bom ela fazer isso [propor a CPI], uma vez que vai envolver muitos do governo do PMDB e do PT”, afirmou, em entrevista a Radio Capital FM, na manhã desta segunda-feira (6).
"Acredito que se a CPI for realmente clara, vai se evidênciar o grande transtorno que o ex-governador Silval Barbosa deixou para o Estado. Inclusive, colocando como garantia vários terrenos de Mato Grosso como garantia de pagamento. Vai ser um tiro no pé, pode ter certeza", completou.
Dilmar, no entanto, levantou a suspeita de que a CPI possa não mostrar resultados reais da situação deixada no MT-Prev e mostrou temor de a investigação "acabar em pizza".
"Acho que isso vai prejudicar bastante o PMDB e o PT do Governdo anterior. Talvez ela não saiba o quanto vai prejudicar o Governo que ela sempre fez parte, que ajudou e defende. Então, que esclareça, traga a realidade ou fica ali uma grande pizza, para falar que não teve nada, que não existiu nada”, declarou.
A CPI
Para a abertura da CPI, a deputada Janaína Riva contou, inclusive, como apoio de deputados governistas, como o presidente do Legislativo, Eduardo Botelho (PSB), Guilherme Maluf (PSDB) e Zé Domingos Fraga (PSD).
Segundo Janaína, a CPI atende ao clamor do funcionalismo público, que reclama do desejo do Executivo Estadual em aumentar a alíquota de desconto previdenciário dos servidores públicos de 11% para 14%.
“Por isso é imprescindível que esta Casa se paute na lisura, transparência e fiscalização para que com a CPI, apure minuciosamente o fluxo de captação de recursos financeiro ao Fundo Previdenciário juntamente com todos os pagamentos realizados com estes recursos ao longo dos últimos 25 anos", justificou a deputada estadual.
A intenção da deputada é saber qual a real situação antes que o projeto que impõe o teto de gastos ao Poder Executivo seja enviado para Casa de Leis.